GABRIELA SÁ PESSOA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Jesus foi crucificado em uma Quarta-feira de Cinzas após uma nevasca, ao menos no set do remake de Ben-Hur, que estreia em 18 de agosto.
Sob um “frio desesperador”, o ator brasileiro Rodrigo Santoro, que vive o Messias no longa, passou por uma sessão de maquiagem de seis horas antes de se posicionar seminu para gravar a cena.
Pediu à produção para que o fizesse em uma só tomada -preferia enfrentar as temperaturas congelantes de uma vez a “congelar e descongelar”, disse ele nesta terça (2), em entrevista coletiva pra promover o filme em São Paulo.
“É uma sensação indescritível estar pregado numa cruz e externalizar o sentimento do mundo”, afirmou Santoro. O brasileiro estava acompanhado pelo ator britânico Jack Huston, intérprete do protagonista Judah Ben-Hur.
A releitura da história, inspirada em romance homônimo do século 19, preserva os principais elementos narrativos que também aparecem na adaptação para o cinema de 1959. Dirigido por William Wyer, o longa se tornou um clássico do cinema americano com Charlton Heston no papel principal e tornou-se então o maior recordista do Oscar, com 11 estatuetas. “Titanic” e “O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei” também levaram posteriormente 11 troféus.
Ben-Hur é um dos líderes de Jerusalém que cai em desgraça e vira escravo nas galés de um navio romano após ser traído pelo irmão adotivo, oficial de Pôncio Pilatos. Em sua jornada, encontra-se com Jesus que, na atualização de 2016, fortalece o sentimento de perdão sobre o desejo de vingança que guia a adaptação de 1959.
“É uma mensagem um pouco diferente de redenção e perdão diante das atrocidades políticas e religiosas”, diz Huston, a respeito da atualização do épico.
Se no Império Romano estimulava-se a violência e a intolerância com os inimigos do império, hoje, “a gente vive o tempo do nem eu nem ele”, filosofa Santoro. Como lidar com isso? Nem a gente nem entende essa violência [que estamos estamos vivendo].”
A famosa cena de corrida de bigas, uma das mais conhecidas do longa de 1959, exigiu disposição física de Huston.
O ator levou “de três a quatro meses” meses aprendendo a controlar os cavalos e teve de driblar o medo durante a gravação. “O diretor me disse: ‘Você precisa se lembrar de atuar”, contou ele, enquanto tentava reproduzir sua expressão de espanto domando uma carruagem em alta velocidade. “Foi lindamente coreografado, e tudo o que você vê somos nós.”