Com conhecimento e recente vivência de causa eu digo temos muito mais talentos que imaginamos. E isso não faz ninguém ser genial ou caso de sucesso. O problema está na nossa formação profissional. Somos ensinados a trabalhar para alguém, para uma empresa, para um núcleo, para chegar ao topo quem sabe, mas sempre na sombra de uma corporação, instituição ou algo similar.

Então se você fez Direito, segue as carreiras bases e concursadas. Ponto extra se chegou ao magistrado. Formado em Medicina, existe uma gama de especializações e caso se torne um cirurgião, ganha troféu bisturi de ouro. E se por acaso se tornar um engenheiro, trate de chegar ser um empreiteiro ganhador de todas as licitações da cidade. Ironias à parte, o exemplos das clássicas profissões mais bem aceitas da sociedade, o fato é que o século XXI começa a digerir um novo comportamento na formação profissional.

Não é só a crise econômica que impulsiona procurar novas alternativas de reposicionamento no mercado, mas muitas expectativas frustradas com a carreira escolhida. Muitos jovens de 30 e 40 anos, estão procurando uma nova via, uma nova vida. Como um casamento que você apostou e se apaixonou, mas um dia percebeu que não havia muita correspondência. E geralmente nesses casos há um desespero comum embutido mentalmente de forma errônea que é eu só sei fazer isso.

Digo tsc, tsc, porque não tenho dúvidas de que todos nós temos capacidades além daquelas que nos tornaram profissionais de tal área. Não é onda de empreendedorismo apenas, nem saída de emergência ao desemprego, mas possibilidades de escolhas na média maturidade. É claro que há riscos, medos, pânico. Óbvio que você vai ter que estudar, se especializar, participar de 1.500 fóruns, cursos online. E hoje, convenhamos, há um universo de oportunidades em forma de login e senha para você estudar. Não foi desse modo, quatro, cinco ou seis anos de faculdade que você se formou?

Eu sempre ouvi de meus colegas jornalistas e fazia coro na ladainha eu só sei fazer isso na vida. Sair da casinha mental desse pensamento é o próximo passo. O século XXI está estranho, provocando mudanças diárias e como diria um amigo se você não acompanhar o movimento vai ficar no acostamento. É isso, é hora de se redescobrir, de dar uma rasgada no diploma que te coloca num único espaço no mercado. Não é preciso descartar a profissão inicial, aliás, acho que ela dá um suporte para as novas escolhas.

O homem superior distingue-se do homem inferior pela intrepidez e desafio à infelicidade – Friedrich Nietzsche

 

Ronise Vilela é jornalista e ativista de redes sociais.