SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um ataque à Universidade Americana do Afeganistão, em Cabul, no início da noite desta quarta (24), deixou ao menos um morto e outras 18 pessoas feridas, segundo autoridades.
Massoud Hossaini, fotógrafo da agência Associated Press, estava em sala de aula com 15 outros estudantes, quando ouviu uma explosão na parte sul do campus.
“Fui à janela para ver o que se passava, e vi uma pessoa com roupas normais do lado de fora. Ele atirou em minha direção e quebrou o vidro”, disse Hossaini, que cortou as mãos ao cair no chão.
Depois disso os alunos fizeram uma barricada para impedir a entrada do agressor na sala, empurrando cadeiras e mesas contra a porta. De acordo com Hossaini, duas granadas foram atiradas na direção da sala, ferindo vários de seus colegas.
O fotógrafo e outros nove colegas conseguiram fugir do campus por um portão de emergência e se refugiaram em uma casa nas proximidades do campus.
“Muitos pularam do segundo andar, alguns quebraram as pernas e machucaram a cabeça, tentando escapar”, disse o estudante Abdullah Fahimi, que conseguiu escapar, à Reuters. Fahimi machucou o tornozelo no salto.
“A explosão foi muito perto [da sala de aula]. Alguns alunos choraram, outros estavam gritando.”
O porta-voz da polícia Sediq Sediqqi afirmou que as forças de segurança estavam em meio a uma varredura para tentar identificar “os terroristas”. E disse que ainda não era possível dizer se o ataque foi conduzido por uma ou mais pessoas.
Todas as outras pessoas do campus estavam sendo retiradas do local, segundo a polícia, que não soube dar mais detalhes sobre o ataque.
Hedayatullah Stanikzai, uma autoridade do Ministério da Saúde Pública, afirmou que um guarda da universidade foi morto, e que entre os feridos há um professor estrangeiro.
Facções militantes islâmicas, sobretudo o Talibã afegão e um braço local do Estado Islâmico, reivindicaram autoria de ataques recentes, efetuados com o objetivo de desestabilizar o país e derrubar o governo do presidente Ashraf Ghani, que tem respaldo de países do Ocidente.
Nenhum grupo, até o momento, reivindicou autoria do ataque à universidade, estabelecida em 2006 com cursos aos moldes do ensino superior americano. Mais de 1.000 alunos estão atualmente matriculados na instituição.
O atentado ocorre duas semanas após dois funcionários da universidade, um americano e um australiano, terem sido sequestrados por homens armados desconhecidos. Eles ainda não foram localizados.