GUSTAVO URIBE E VALDO CRUZ BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente interino, Michel Temer, decidiu gravar pronunciamento à nação antes de embarcar à China para participar de encontro do G-20, nos dias 04 e 05 de setembro. A ideia é que, caso Dilma Rousseff seja afastada definitivamente pelo Senado Federal, ele faça a gravação após cerimônia de posse no Congresso Nacional e viaje na mesma noite para o país asiático. A expectativa do Palácio do Planalto é que o processo de impeachment seja finalizado na madrugada da próxima terça-feira (30) e que o presidente interino tome posse no mesmo dia. Pelo cronograma fechado pelo Senado Federal, contudo, o desfecho deve se estender para a madrugada de quarta-feira (31).

A tendência é que o pronunciamento à nação seja exibido em cadeia nacional de rádio e televisão no mesmo dia da gravação, por volta das 20h30. Com a definição, o peemedebista já estuda o formato do discurso. Ele pretende defender a necessidade de uma unidade nacional para superar as crises política e econômica e reforçar sua agenda econômica focada no ajuste fiscal e retomada dos investimentos. Segundo a reportagem apurou, ele irá também pregar a pacificação do país e a necessidade de uma “reinstitucionalização”, além de pedir que a sociedade brasileira se dedique a superar o atual quadro econômico. Ele deve antecipar medidas econômicas que adotará, como o lançamento de um pacote de concessões em infraestrutura.

IMPEACHMENT

No primeiro dia da fase final do processo de impeachment, o presidente interino evitou assistir à sessão parlamentar. Em seu gabinete, ele se dedicou a receber assessores e auxiliares e a fazer despachos internos. O esforço foi para demonstrar que o processo não interrompeu a atividade governamental. Nesse sentido, ele determinou o anúncio, por exemplo, da criação de linha de crédito para financiar a compra de ativos de empresas que estejam em recuperação judicial. Para o período em que estiver no exterior, o presidente interino já combinou com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que ele despachará no Palácio do Planalto, já que assumirá o país como interino. Com o objetivo de auxiliá-lo, o ministro Geddel Vieira Lima (Governo) e os secretários especiais Márcio de Freitas e Moreira Franco ficarão no Brasil.