Se no disco anterior a cor cinza estava mais do que presente, em Melhor do que Parece (Natura Musical) as cores são diferentes. O terceiro disco autoral do trio paulistano chega com uma sonoridade solar e vibrante. As composições de Tim Bernardes, que seguem o estilo da banda de serem muito variadas, neste disco parecem ter também uma unidade, numa espécie de otimismo filosófico diante da época tecnológica, efêmera e acelerada do sujeito contemporâneo.  Ainda assim, há uma diversidade de temas; de um samba psicótico à la Nelson Cavaquinho e Tom Waits, para o humor cronista de “Culpa”, o surrealismo narrativo em “Lua Cheia”, a simplicidade de “Nó” ou o lirismo rock n’ roll de “Vamos Assumir”. De uma maneira simultaneamente pop e experimental, O Terno parece expandir ainda mais suas fronteiras musicais.

Com mais tempo em estúdio, e instrumentações até então não exploradas pela banda, como cordas, sopros e até harpa, O Terno cria universos fantásticos e climas, onde a MPB orquestrada da virada dos 60 para os 70 se encontra com o que há de novo no indie, de maneira autoral. As diversas influências da banda, de Clube da Esquina à Fleet Foxes, dos Festivais da Canção a Mac Demarco, Mutantes e Alabama Shakes parecem se misturar para se transformar nessas novas canções que soam, mais do que nunca, como “O Terno”. E nessas atmosferas oníricas do disco, o lirismo das composições ganha graus de profundidade que convidam a atenção de quem escuta.

“Tinindo os agudos de sua preciosa voz de tenor, Tim do Terno enternece com ternos tentáculos nosso tímido coração em um CD de ternura que treme turmalinas nas transas e nos testículos! Tom Zé, sobre o álbum “Melhor do Que Parece”

Gravados no Estúdio Canoa, Melhor do Que Parece é um registro do jovem trio que mostra o entrosamento e espontaneidade musical vinda de um período de muita estrada para a banda, que, desde a entrada de Biel Basile (em janeiro de 2015) na bateria, excursionou exaustivamente, passando por grandes festivais como o Lollapalooza Brasil 2015 e o Primavera Sound 2016, em Barcelona, e chega mais madura e experiente com esse novo álbum.

O projeto, que inclui a gravação do disco e shows de lançamento, foi contemplado pelo edital do programa Natura Musical em São Paulo. Com mais de dez anos de atuação, o Natura Musical se orgulha de participar da realização de obras relevantes tanto para preservação como renovação da música brasileira. O novo disco da banda O Terno é mais uma grande oportunidade para o Natura Musical contribuir com um momento emblemático na carreira de artistas que estão fazendo diferença no cenário musical brasileiro, assim como já fizemos com Marcelo Jeneci, Tulipa Ruiz, BNegão, Filipe Catto, 5 a Seco, entre outros, diz Fernanda Paiva, gerente de Marketing Institucional da Natura.