BRUNO VILLAS BÔAS
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Com o fim das grandes obras relacionadas aos Jogos Olímpicos, realizados em agosto, a cidade do Rio de Janeiro passou a liderar neste ano as perdas de empregos formais no setor de construção civil.
Segundo dados do Ministério do Trabalho, foram fechados 25.946 postos de trabalho (saldo de contratações e demissões) no setor de janeiro a julho na capital do Rio. Somente em julho foram 8.630 demissões.
O período foi marcado pela conclusão de obras importantes para a Olimpíada do Rio, como a da linha 4 do metrô, que liga Ipanema, na zona sul do Rio, até a Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade.
Outras obras importantes concluídas no período foram o Parque Olímpico da Barra e o corredor de ônibus da Transolímpica, que liga Deodoro ao Recreio dos Bandeirantes, bairros da zona oeste.
No ano passado inteiro a perda de empregos do setor no Rio era bem menor: 12.393 empregos postos foram fechados, menos do que municípios como São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e “[Altamira]”.
Segundo Bruno Leonardo, economista da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), o fim das obras olímpica se soma à crise enfrentada pelo setor imobiliário.
“Os números mostram que não há uma euforia tão grande assim sobre o Rio de Janeiro após a Olimpíada”, disse o economista.
As demissões na construção civil somaram-se aos cortes de setores como comércio (-14.224), serviços (-9.345) e indústria de transformação (-12.962).
No acumulado do ano, o Rio perdeu no total 58.107 postos de trabalho. Segundo dados do Ministério do Trabalho, o municípios fica atrás apenas de São Paulo (-72.996).
O emprego tem sido um dos temas explorados por candidatos a prefeito no Rio. Em geral, os candidatos defendem formação profissional e estímulo ao empreendedorismo.
“Os índices econômicos da cidade tendem a piorar com o fim do ciclo de investimentos relacionados aos megaeventos”, avalia o programa de Marcelo Freixo (Psol).
O candidato Pedro Paulo (PMDB) assume a meta de criar 112 mil empregos diretos em 25 projetos, com a construção de BRTs (ônibus expressos) e VLTs (veículo leve sobre trilhos).