ANGELA BOLDRINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em evento de campanha neste sábado (27), a candidata do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina, afirmou ter sofrido preconceito durante sua gestão à frente da cidade, no começo dos anos 1990.
“Eram muitos os fatores do meu perfil que me tornavam alvo de preconceito”, disse ela à plateia formada por militantes do partido e de movimentos negros e LGBTs.
“Eu fui a primeira prefeita da maior cidade da América Latina, nordestina, pobre, filha de camponeses sem terra.”
Ela participava do lançamento da candidatura a vereador de Douglas Belchior, conhecido como Negro Belchior, também do PSOL, na Pastoral do Povo na Rua, no centro de São Paulo.
Erundina disse ter recebido cartas com fezes enquanto era prefeita. “Eu não me sentia atingida por isso. Tinha dó de quem me mandava esse tipo de coisa”, afirmou ela.
STF
A deputada federal também comemorou no evento a decisão do Supremo Tribunal Federal desta quinta-feira (25), que estabeleceu que as emissoras podem convidar candidatos de partidos com menos de dez deputados para os debates na televisão e rádio sem precisar da aprovação dos demais candidatos.
“Nós vencemos a lei de Eduardo Cunha e seu capanga Rodrigo Maia”, afirmou ela.
De acordo com a lei eleitoral aprovada em 2015, durante a gestão de Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara, e relatada por seu então aliado Maia, candidatos dos partidos chamados “nanicos” precisavam do consentimento de dois terços dos candidatos aptos para participar dos debates.
Erundina, cujo partido tem apenas seis deputados na Câmara Federal, teve sua participação no debate da Bandeirantes, na segunda-feira (23) barrada por seus concorrentes Marta Suplicy (PMDB), João Doria (PSDB) e Major Olímpio (SD).