MATEUS SILVA ALVES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os jogadores do São Paulo estão traumatizados com o que ocorreu no sábado (27), isso é evidente. A invasão de integrantes de torcidas organizadas ao Centro de Treinamento do clube, com agressões a alguns atletas, deixou o elenco com medo, e não apenas durante o incidente, como ficou claro após o empate por 0 a 0 com o Coritiba, neste domingo (28). Poucos jogadores se dispuseram a falar sobre o que ocorreu na manhã de sábado. E os que falaram, tentaram fugir do assunto rapidamente. “A hora não é de falar disso, temos de focar no campo. Quanto mais você fala disso, mais coisas aparecem”, afirmou o lateral Carlinhos, um dos agredidos (os outros foram Michel Bastos e Wesley), que ficou no banco de reservas contra o Coritiba. Para diminuir o risco de novas agressões, os jogadores evitaram fazer críticas duras aos torcedores que invadiram o CT. Eles preferiram dizer que o incidente é coisa do passado, embora ainda esteja muito vivo na cabeça de cada integrante do elenco. “Foi uma coisa assustadora”, admitiu o volante Hudson. “Comigo não houve ameaça, só perguntaram por que não estamos jogando como na Libertadores, mas sei que, com outros jogadores, foi diferente. Mas a gente está pensando em esquecer isso.” Nem mesmo o técnico Ricardo Gomes, um profissional sempre bem articulado, quis falar muito sobre a invasão de torcedores. Ele lamentou o incidente, mas disse que, por estar há pouco tempo no São Paulo (chegou ao clube há pouco mais de duas semanas), não se sente muito à vontade para comentar o tema. “Eu estou chegando agora e gostaria de falar do campo. Espero que [a invasão] não aconteça mais. Não só para o São Paulo, mas para todos os clubes. Tudo isso não é um problema do clube, é do país.” Ricardo não negou que a crise pela qual passa o clube influenciou no rendimento da equipe contra o Coritiba. Segundo ele, o time foi ficando nervoso e impaciente à medida em que o gol não saía, e isso jogou a favor do adversário. “Começamos muito bem e, com o passar do tempo, perdemos a fluidez do jogo. A partir daí, só cruzamos na área, como no jogo anterior [contra o Juventude]. Não teve mais nada.”