SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo italiano se mostrou preocupado com o risco de a máfia se infiltre nos contratos para obras de reconstrução das cidades destruídas após o terremoto do último dia 24, que matou ao menos 290 pessoas na região central da Itália.

“O risco de infiltração é sempre alto”, afirmou o promotor anti-máfia da Itália, Franco Roberti, em entrevista publicada neste domingo (28) no jornal italiano “La Repubblica”. “Reconstrução pós-terremoto é historicamente um bocado tentador para grupos criminosos e interesses comerciais coniventes.”

O alto número de mortos no desastre também levou o governo a investigar se houve negligência ou fraude no cumprimento dos códigos de construção de obras em regiões suscetíveis a terremotos, como é o caso do centro da Itália. Roberti disse que, se os prédios das cidades afetadas pelos tremores da semana passada tivessem sido construídos de acordo com essas regulações, “partes dos prédios podem ser danificados ou rompidos mas eles não seriam pulverizados ou implodidos”.

Segundo o primeiro censo realizado pelo Ministério da Cultura da Itália, 293 locais de valor cultural, entre igrejas, conventos e campanários medievais e do Renascimento, foram danificados ou destruídos pelo terremoto.