SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Depois da contundente vitória da Ponte Preta por 2 a 0 sobre o Corinthians, no sábado (27), o treinador Cristóvão Borges tenta recuperar a equipe em pouco tempo. Na avaliação dele, os problemas defensivos apresentados em Campinas têm relação com a marcação e não com desempenho ruim dos zagueiros. O próximo compromisso corintiano será diante do Fluminense, na quarta (31), pela Copa do Brasil.
‘Discordo de que Yago e Balbuena são lentos. Essa avaliação, quando tivemos resultados positivos, não aparecia. A equipe desempenhava de uma forma que não acontecia. Agora, nessa fase, não está. Jogar ‘alta’ [adiantada] ela já jogava e não aparecia que eram lentos. A distância a percorrer pelos zagueiros eles têm possibilidade de percorrer, não precisam ser velocistas‘, disse Cristóvão.
‘A equipe deixou de marcar bem, essa é a dificuldade. Para a defesa ir bem, a equipe tem de ir bem. A defesa vai bem quando o time marca bem e é bem organizado. Sem isso, não tem defesa que resista. Trabalhamos para que a equipe volte a defender bem, para termos uma solidez defensiva elogiável‘, acrescentou Cristóvão em sua análise.
O treinador também se mostrou compreensivo em relação à paciência pequena dos torcedores com a equipe que é quarta colocada do Brasileiro. ‘A gente não pode exigir da torcida, como trabalhamos num mundo real, algo que é difícil deles fazerem. Eles são semelhantes. Querem o mesmo que queremos. Muitas vezes não é um estalar de dedos, é com trabalho. O torcedor quer resultado positivo e ver o time jogar bem. Você pedir para que tenham paciência é muito difícil, nem sempre ela consegue. Ela tem desejo, quer ver os jogadores brigando‘, declarou.
Por outro lado, Cristóvão viu a cobrança como indevida. ‘Em relação a nosso posicionamento, não é compatível [a cobrança]. Se comparar com outras equipes com elenco definido, o que nós não temos, elas estão conosco. Nossa situação é diferente de todas as outras que brigam. Não é compatível. Merecemos uma força maior [da torcida] pelas dificuldades, estamos a duas rodadas do líder. Isso tem de ser levado em consideração‘, disse.
Abaixo, outros destaques da entrevista do treinador corintiano:
COPA DO BRASIL
“Na medida que você ganha, você moraliza, ganha confiança. É um campeonato importante no Brasil. Temos compromisso com título. Avançar dá confiança, isso fica atrelado nas duas competições. Uma vitória será importante nos dois campeonatos.”
ESTRATÉGIA
“No Rio, vamos jogar para ganhar. Buscar a vitória. É difícil. Se eu quiser colocar o Corinthians defendendo, ele dificilmente vai ganhar. Defende bem, mas não joga se defendendo. Joga para ganhar.”
FORA DE CASA
“Mata-mata por rodada vai eliminando. É ter sucesso na sua estratégia. O campeonato dá condições de equipes com menos tradição ganhar título. É diferente. Às vezes, se você tenta poupar em uma partida ou outra, o campeonato é traiçoeiro.”
POUPAR ATLETAS
“Amanhã fazemos a primeira partida e depois tem outra com bastante tempo. Mais perto do final você precisa fazer opções. Por enquanto, vamos estar normalmente brigando pelas duas competições.”
PRESSÃO
“O cargo de treinador no Brasil não traz segurança a ninguém, nem na seleção. Está atrelado a um monte de coisa, principalmente resultados. Mas estou num clube que avalia o trabalho que está se fazendo. Fazemos um consciente do que está acontecendo. Refazemos uma equipe que foi quase totalmente renovada. Requer tempo. Estamos perdendo e trazendo novos.”
SEM CORPO MOLE
“Esse tipo de problema não tem. A gente trabalha bem, os jogadores estão comprometidos. É acidente de percurso. Não tem comparativo, não fizemos isso no ano. Sentimos dificuldades no jogo, perdemos um zagueiro e eles sentiram a perda. Jogo não estava fluindo, saíram na frente e o jogo favoreceu a maneira deles jogar. Não encaixamos.”
MUDANÇAS
“Estamos buscando todas as definições, de equipe, de sistema, por isso temos experimentado e trocado, atrás de solidez. Isso tem de vir com boas atuações e bom resultados. Já demonstramos que podemos ir bem, nas últimas partidas oscilamos, temos de corrigir. Temos consciência disso. Para ter essa firmeza, é preciso regularidade. Temos de alcançar isso logo para deixar todos confiantes.”
NOVO CENTROAVANTE
“Essa coisa é um pouco apressada, [Gustavo, ex-Criciúma] fez um treino só, é como jogar um jogo só. É pouco para uma avaliação. Foi contratado porque o achamos bom jogador, e ele é mesmo. Treinou bem, está à vontade. Vamos prepará-lo para os jogos.”
VOLANTES
“Não tem problema, por característica e posicionamento, não muda muito. Bruno [Henrique] vinha jogando. Cristian é experiente, conhece a posição. Já jogamos nesse sistema algumas vezes e ele não vai ter dificuldades.”
JEAN
“Com Gustavo, com a saída do André, estávamos sem referência. Agora temos, podemos jogar com ou sem. E Jean, na posição [de volante], estávamos precisando. Ele foi bem no Paranaense, foi bem, esperamos que tenha mesma felicidade.”
RILDO DE SAÍDA
“Assim como outros, o que quero para mim, quando possível, quero contar com todos. Os que saíram, não conseguimos segurar. Como não participou ainda de muitos jogos, está nessa situação. Meu desejo é permanecer com todos eles. Às vezes, por cláusula contratual não consegue segurar.”