BRUNO VILLAS BÔAS E MARIANA CARNEIRO, ENVIADA ESPECIAL
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A economia seguiu em recessão no segundo trimestre deste ano. O PIB (Produto Interno Bruto), medida da produção e da renda do país, teve queda de 0,6% no segundo trimestre quando comparado aos três meses anteriores, para R$ 1,53 trilhão.
Os analistas consultados pela agência internacional Bloomberg previam uma queda de 0,5% do PIB, considerando o centro (mediana) das projeções, que variavam de queda de 0,9% a alta de 0,6%.
Foi o sexto trimestre consecutivo de queda do PIB, a mais longa sequência pela atual série histórica das Contas Nacionais, do IBGE, iniciada no primeiro trimestre de 1996.
Pelos critérios do Comitê de Datação de Ciclos da FGV (Fundação Getulio Vargas), em parceria com o Conference Board, o atual ciclo de contração da atividade econômica foi iniciado há mais tempo, no segundo trimestre de 2014. A FGV considera um conjunto amplo de indicadores da economia, como o rendimento do trabalhador, não apenas o PIB.
Por este critério, são agora nove trimestres de recessão, a mais longa sequência desde a contração verificada entre o terceiro trimestre de 1989 e o primeiro trimestre de 1992, nos governos de José Sarney (1985-1989) e de Fernando Collor (1990-1992). A recessão do início da década de 1990 durou 11 trimestres.
No período de abril a junho, houve uma melhora no humor dos empresários, que anteviram na possível saída de Dilma Rousseff da Presidência o fim do impasse político que paralisou a economia.
Quando comparado ao mesmo período do ano passado, o PIB recuou 3,8%.
A projeção majoritária de analistas de bancos, corretoras e consultorias consultados pela Bloomberg era de retração de 3,6%. Neste ano, a economia encolheu 4,6% (até junho) e 4,9% no acumulado de quatro trimestres (equivalente a 12 meses).