O projeto paranaense de Remição de Pena pela Leitura, do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), recebeu uma visita técnica da Unesco. O consultor Carlos Teixeira visitou, na última semana, penitenciárias de Maringá e também do Complexo Penitenciário de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. O objetivo foi identificar aspectos pedagógicos e operacionais da iniciativa.
O consultor da Unesco conheceu os espaços disponibilizados nas unidades prisionais para o projeto, bem como o acervo bibliográfico disponível, a metodologia de avaliação e ainda conversou com as equipes pedagógicas, professores e participantes da remição de pena pela leitura.
“É interessante destacar toda a concepção e preocupação de todos os envolvidos no que diz respeito aos cuidados com essa ação, que afeta a execução penal. Os próprios editais que foram feitos aqui para contratar profissionais específicos para trabalhar no projeto me pareceram uma solução assertiva para atender a crescente demanda”, destacou Teixeira.
Ele também comentou os relatos que ouviu dos presos participantes do projeto. Acho que tenho muito o que aprender com esse projeto. É o primeiro contato de muitos presos com o livro. Essa experiência torna possível esse encontro com o lado lúdico do livro, que ajuda a dialogar com a existência das próprias pessoas que estão ali, opinou o consultor da Unesco.
As visitas nas unidades penais foram acompanhadas pela chefe do Departamento de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria Estadual da Educação (Seed), Marcia Leonora Dudeque, e também pela professora Agda Cristina Ultchak, integrante da equipe responsável pela Remição de Pena através da Leitura no Estado.
REMIÇÃO PELA LEITURA – O Paraná é pioneiro no projeto de remição de pena pelo estudo através da leitura, que serviu de inspiração e foi adotado em outros estados brasileiros, inclusive na Calábria, região sul da Itália. Regulamentado pela lei estadual nº 17.329/2012, o projeto atende hoje 15% dos presos que estão no sistema prisional do Estado, nas 33 unidades prisionais.
Segundo o diretor do Depen, Luiz Alberto Cartaxo Moura, o projeto é eficiente, bem trabalhado e coordenado no Paraná. “É preciso destacar a competência dos profissionais da educação que abraçaram esse projeto e o fazem com extremo empenho. Nós iniciamos esse projeto no País e aprimoramos o sistema”, afirmou.
Para Cartaxo, a visita da Unesco reforça a importância da iniciativa. “Essa visita da Unesco é fundamental para que essa iniciativa seja levada para fora do País, inclusive a mensagem de como o Brasil, por meio do o Estado do Paraná, vem tratando com seriedade a questão que envolve sistemas de remição de pena”, ressaltou.