GABRIEL MASCARENHAS E DANIELA LIMA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – As cúpulas do PSDB e do DEM decidiram, em reunião logo após o fim da sessão que cassou o mandato de Dilma Rousseff, rever a estratégia de recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a decisão que manteve a habilitação da petista para ocupar cargos públicos.
A avaliação dos dirigentes dessas siglas é que, uma ação na corte contra parte do desfecho do impeachment poderia “dar uma brecha” para que o Judiciário reavaliasse todo o processo, lançando nova frente de instabilidade sobre o governo Michel Temer.
Publicamente, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Agripino Maia (DEM-RN) já descartaram uma ação de seus partidos na Justiça.
Mais cedo, o ministro do Supremo, Ricardo Lewandowski que presidiu a sessão do impeachment, decidiu acatar pedido da defesa da petista e fazer duas votações sobre o desfecho de Dilma, a primeira sobre a cassação de seu mandato -que foi aprovada- e a segunda sobre a proibição de que ela ocupasse cargos públicos -que foi rejeitada.
A articulação que possibilitou a nomeação de Dilma para funções públicas foi protagonizada pelo PT e por integrantes do PMDB, partido de Michel Temer, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O envolvimento de peemedebistas no caso irritou profundamente integrantes do PSDB e do DEM, que se sentiram traídos. Mais tarde, Agripino minimizou o mal estar. Disse que a reação dos colegas, que ameaçaram até romper com o governo, foi fruto do “calor do momento”.