Star Trek: Sem Fronteiras chega aos cinemas hoje com fôlego e competência. O resultado é mérito de Simon Pegg no roteiro e Justin Lin, mais conhecido pelos trabalhos em Velozes e Furiosos, na direção. Na trama, a frota da USS Enterprise continua a explorar os limites do espaço e realizar as missões em nome da Federação. Ao receber uma chamada para resgatar uma raça alienígena que está sendo atacada, o Capitão Kirk (Chris Pine) e sua tropa se dirigem ao local. Porém, um inimigo espera por eles e agora precisam sobreviver à ameaça num planeta desconhecido. Simon Pegg (Montgomery Scott) é normalmente reconhecido como um dos nerds mais respeitados de Hollywood. Aqui ele dá uma bela demonstração disso ao dar vida a um roteiro que exemplifica o cerne da franquia Star Trek.

Ao contrário do que houve em Além da Escuridão, que se focou bastante em Kirk e Spock (Zachary Quinto) ao basicamente recontar o clássico A Ira de Khan, dessa vez todos os personagens importantes da Enterprise têm espaço de tela o suficiente para serem bem desenvolvidos. Em compensação, enquanto os aventureiros espaciais evoluem durante a história, o vilão Krall (Idris Elba) só ganha a profundidade necessária no terceiro ato do longa, o que já é tarde demais para o telespectador se importar com ele. Star Trek é um grande símbolo por ter abraçado as minorias durante a década de 60. Sem Fronteiras mantém isso vivo da melhor forma possível. São três personagens femininas fortes e relevantes para a trama, além de uma cena encantadora para detalhar que o Sulu (John Cho) dos cinemas é homossexual, mesmo que isso desagrade George Takei, o intérprete original do personagem.

O filme ainda leva uma carga emocional grande. Anton Yelchin, que vive Pavel Chekov, morreu em decorrência de um acidente na época da pós-produção e ganhou uma homenagem no final do longa. Outra perda foi o grande Leonard Nimoy, o Spock original, cujo falecimento acaba sendo usado pelos roteiristas Doug Jung (que tem uma ponta como marido do piloto Hikaru Sulu) e Simon Pegg (que vive o engenheiro Montgomery Scott) como motivação para o novo Spock, Zachary Quinto.

A  trama gira mesmo em torno do capitão James T. Kirk (Chris Pine), que vive um dilema moral. Perto de completar a idade que seu pai tinha quando morreu ao salvar a tripulação de um ataque romulano (como visto no início do primeiro filme). Como o McCoy resume, num papo entre os dois que lembra muito a cena de Jornada nas Estrelas II – A ira de Khan (KHAAAAAAAAN!) de 1982: você entrou para a Federação para provar que estava à altura do seu pai. E agora precisa ser James Kirk.

A maquiagem para criar as raças que estão inseridas na Federação ou recém conhecidas pelos membros da Enterprise se misturam muito bem com os efeitos especiais.