REYNALDO TUROLLO JR. SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A senadora Marta Suplicy, que disputa a Prefeitura de São Paulo pelo PMDB, partido do presidente Michel Temer, disse que os protestos contra o novo governo não afetam sua campanha porque os eleitores de hoje não ligam para partido e até desconhecem sua atual filiação. A candidata também criticou as depredações e a “truculência” da Polícia Militar nas manifestações. “As demonstrações [de insatisfação contra Temer] ocorrem, são democráticas. O que não pode ter é depredação e a truculência que a gente está vendo da polícia”, afirmou, em campanha na manhã desta quarta-feira (7) no Jardim Peri (zona norte). “Não creio que vá nacionalizar [a campanha] porque, se você perguntar a qualquer pessoa aqui de qual partido que eu sou, elas talvez nem saibam. Elas falam: ‘A gente não quer mais partido, está desacorçoada’. Elas só acrescentam que não querem o PT, isso em todas as regiões da cidade”, disse. Marta militou no PT por cerca de 30 anos e deixou a agremiação no ano passado. No Senado, ela votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A candidata e seu vice, Andrea Matarazzo (PSD), estiveram numa área de ocupação irregular do Jardim Peri, próxima ao córrego do Bispo, para falar de urbanização de favelas e regularização fundiária -uma das bandeiras de Matarazzo como vereador. “Quero deixar aqui o compromisso de que a primeira ação da prefeitura será a urbanização desta região e a canalização do córrego”, prometeu Marta aos moradores. Questionada sobre por que não urbanizou a área quando foi prefeita (2001-2004), Marta disse que priorizou outros locais. “Porque são milhões na cidade, e nós tivemos outras regularizações tão importantes quanto esta”, respondeu. Matarazzo disse que urbanizar favelas custa um terço do valor necessário para fazer novas moradias. Disse também que a regularização fundiária dos terrenos, uma questão burocrática e relativamente fácil de ser resolvida pela prefeitura, é capaz de movimentar a economia nos bairros da periferia. “Na hora que regulariza [os lotes], há uma expansão do comércio, porque grande lojas podem comprar [terreno] nesses locais fora do centro”, disse Matarazzo.