Depois do boom de sapatos importados, principalmente da China, o retorno às origens e a busca de um estilo de vida mais sustentável, através de um consumo mais consciente,  tem feito as pessoas migrarem para produtros mais simples e únicos Nesta seara ganham destaque produtos os feitos à mão, que por serem artesanais tem a personalização como  marca registrada, assim como o conforto para os pés. E Curitiba e sede de duas empresas, nestes moldes, cujo sucesso extrapolou as fronteiras do País.

A marca curitibana de sapatilhas Tutu Ateliê de Sapatilhas é uma delas. Em agosto, as sapatilhas, oxfords e botinhas da marca curitibana chegaram às lojas Fuerstin Marwar nas cidades de Viena e Salzburgo, na Áustria.

O projeto de exportação que  teve início no ano passado, quando a marca foi apresentada em um evento de moda no Castelo de Schönbrunn, em Viena. De lá para cá, contou com o intermédio de um representante local e apoio técnico do Peiex – Projeto Extensão Industrial Exportador do governo federal. Nosso produto foi muito bem aceito na Europa e resolvemos fazer um teste começando com esses dois pontos de venda na Áustria, conta Gustavo Krelling, sócio da Tutu.

O Peiex é um projeto gratuito que atende pequenas e médias empresas com interesse na exportação. A seleção é feita mediante inscrição pelo site. No ano passado, 200 empresas foram atendidas pelo Peix e a expectativa é que outras 200 sejam atendidas em 2016.

A Tutu comemora o seu primeiro pedido de exportação e já está planejando os próximos pedidos. Com câmbio do dólar favorável, a marca agora mira em outros países. Nosso foco continua sendo o mercado nacional. Por enquanto, a exportação é um braço da empresa. Neste momento queremos colocar o produto da Tutu em pequenas boutiques, que têm a ver com o estilo da marca, conta Gustavo.


Tutu
Do balé para os pés urbanos, a marca especializada Tutu Ateliê de Sapatilhas uniu delicadeza à praticidade ao focar no calçado característico da indumentária de dança. O figurinista Gustavo Krelling e designer Fabiana Montalvão se conheceram ainda na faculdade e de bons amigos se tornaram sócios na empreitada. O site é www.tutusapatilhas.com.br


GASP TRABALHA COM PRODUTOS SEM GÊNERO
Uma outra marca, também artesanal de sapatos e que nasceu da amizade de estudantes de design, é a Oficina Gasp. Bruna Andrade, uma das sócias, conta que, do terceiro para o quarto ano da faculdade de Design, Renan Almeida, também sócio, comentou que o pai dele havia tido uma fábrica de calçados em Curitiba, na década de 1980, que faliu com a invasão dos sapatos chineses. Ele disse que tinha vontade de retomar o trabalho feito pelo pai, Gaspar, daí o nome Gasp, conta.

Durante um ano, a ideia da marca foi trabalhada e acrescida do conceito idealizado, de ser um sapato sem gênero. Aproveitamos também para aprender a fazer sapatos com o Gaspar, conta Bruna.

Em 2012, nasceu a Gasp, que trabalha com a sapataria clássica artesanal. Não temos ideia de produzir em larga escada, queremos produzir nossos produtos para o consumidor consciente que sabe o valor das coisas, da sapataria classica artesanal, explica. Os produtos podem ser comprados pelo site www.oficinagasp.com ou no ateliê e loja na Rua Julia da Costa, 102, São Francisco, em Curitiba.