LUCAS VETTORAZZO RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Para conseguir atrair patrocinadores para a Paraolimpíada, a Rio-2016, que organiza o evento, ofereceu às empresas que decidissem aportar dinheiro nos Jogos que expusessem a marca no chamado “field of play”, o campo de prova. É possível observar, por exemplo, marca de patrocinadores na Arena Rio, onde ocorrem as partidas de basquete masculino, no velódromo, e em locais próximos às arquibancadas do Estádio Aquático Olímpico. Esse tipo de exposição era proibida durante os Jogos Olímpicos, por imposição do COI (Comitê Olímpico Internacional), que exigia um campo de jogo totalmente limpo. Segundo o diretor de Comunicação da Rio-2016, Mário Andrada, o CPI (Comitê Paralímpico Internacional) não faz essa restrição, o que permitiu aos patrocinadores terem suas marcas no chão das quadras e próximo aos locais de prova. De acordo com Andrada, essa exposição maior foi oferecida como diferencial para atrair novos patrocinadores das Paraolimpíadas, o que foi estendido às empresas que já apoiavam o evento. Na Arena Olímpica, por exemplo, há anúncios da Petrobras, que não patrocinou a Olimpíada, mas aportou recursos na Paraolimpíada, da Nissan, Bradesco e da bebida energética Powerade. Esses três últimos já patrocinavam as Olimpíadas. Assim que acabaram os Jogos Olímpicos, a Rio-2016 anunciou que precisaria de novos patrocinadores para balancear as finanças para a Paraolimpíada. Foram negociados patrocínios com instituições estatais, tais quais a Petrobras, Embratur, Loterias Caixa e Apex, a agência de fomento à exportação do ministério das Relações Exteriores. “Quando começamos a discutir com novos patrocinadores, os Jogos Olímpicos já tinham sido encerrados. Como o IPC não exige a arena limpa, decidimos incluir essa exposição na negociação”, disse Andrada. Questionado se não seria injusto com patrocinadores antigos ter essa mudança para os novos patrocinadores, Andrada afirmou que antes de colocar a proposta na mesa, consultou os patrocinadores que já estavam nos Jogos. “Você acha que faríamos ação que pudesse irritar os patrocinadores que estão conosco desde o início? Eles foram consultados e aceitaram o novo modelo”, disse Andrada. O apoio das estatais foi parte de uma negociação intermediada pelo governo federal para que estatais aportassem dinheiro na Paraolimpíada. Somente a Petrobras investiu R$ 10,5 milhões. As estatais, como Loterias Caixa, Apex, Petrobras, Embratur e Correios aportaram R$ 100 milhões no evento.