A denúncia da força-tarefa da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Lula, apresentada na última quarta-feira (14 de setembro), traz informações presentes apenas no esboço da delação premiada do empresário Léo Pinheiro, sócio da OAS. Acontece, no entanto, que o acordo de delação foi recusado pela Procuradoria-Geral da República.

Segundo reportagem publicada hoje pela Folha de S. Paulo, embora a denúncia não se refira à tentativa de delação de Pinheiro, há pelo menos sete trechos em que informações que ele deu são usadas para sustentar a acusação contra Lula, sem que a fonte seja indica. Foi Pinheiro, por exemplo, quem disse que a empreiteira descontava os repasses que fez para o apartamento tríplex do Guarujá de uma espécie de conta-corrente que a empresa mantinha com o PT para pagar propina de obras da Petrobras.

Embora tenha apreendido milhares de mensagens de celular e documentos com o sócio da OAS, estes não trazem informações sobre esse sistema de desconto de propina para pagar o tríplex. Comentam apenas que a empreiteira teria criado dois centros de custo para tratar da reforma do tríplex e do Sítio em Atibaia, chamados de “Zeca Pagodinho (praia)” e “Zeca Pagodinho (sítio)”.

De acordo com advogados, a acusação de que Lula recebia subornos de uma conta que tinha ligações com contratos da Petrobras é essencial para caracteriza vantager corrupção. O ex-presidente é acusado, além de corrupção, de lavagem de dinheiro. Ele e sua mulher, Marisa Letícia, teriam recebidons da OAs que somam R$ 3,7 milhões, o que é refutado pela defesa do petista.