Este ano, a Câmara Municipal promoveu uma ação diferente: contar, em retratos, uma parte da história da cidade que ajudou a construir. Desde o dia 23 de setembro, no mezanino do Palácio Rio Branco, ficaram expostas ao público 100 fotografias de Curitiba, 50 antigas – desde 1855 e pertencentes ao acervo do jornalista e pesquisador Cid Destefani – e outras 50 atuais, tiradas pelos fotógrafos da Comunicação do Legislativo, Andressa Katriny e Chico Camargo, na tentativa de reproduzir os mesmos lugares dos mesmos ângulos captados em diferentes épocas.  

A mostra, que agora pode ser itinerante, foi uma homenagem ao aniversário de 323 anos da cidade – fundada em  29 de março, mesmo dia e ano em que surgiu a Câmara de Vereadores. A exposição trouxe ao conhecimento dos visitantes que a Casa foi a primeira administradora de Curitiba, sob a orientação da Coroa portuguesa e, posteriormente, regida pelos preceitos do Brasil Império. A gestão da capital foi modificada só após a Proclamação da República (1889), quando surgiram os prefeitos como executores de obras – em 1835, a cidade elegeu seu primeiro prefeito, José Borges de Macedo, mas ele ficou no cargo somente por três anos e não houve outro até 1892.

Nos seis meses em que os quadros permaneceram no Palácio Rio Branco, cerca de 1.600 pessoas assinaram o livro de presença e muitas deixaram recados de admiração e gratidão pela oportunidade de ver as imagens. Houve também a visita de escolas e de um grupo de idosas. No dia 3 de setembro, os jornalistas da Comunicação foram à Boca Maldita com 20 quadros para apresentar a quem passava pelo local uma parte da Curitiba antiga e divulgar os últimos dias da atividade (veja aqui). Durante esta Semana Nacional de Trânsito (que termina no próximo domingo, 25), a Escola Pública de Trânsito solicitou alguns quadros que ilustram a circulação de veículos em diferentes épocas, que estão expostos na Casa Klemtz, sede da EPTran.

Nesta quarta-feira, o presidente da Câmara Municipal destacou, em plenário, a característica itinerante da mostra. Queremos agradecer e elogiar a ação da Diretoria de Comunicação, que com seus próprios esforços, levou parte da exposição para a Rua XV, trazendo uma novidade para a imagem deste Legislativo, afirmou. Para o diretor de Comunicação, Filipi Oliveira, outros projetos desse tipo podem ser criados. Vamos desenvolver e implementar outras ações de comunicação que façam com que a Câmara de Curitiba interaja com as pessoas. Não vamos apenas esperar que elas venham até aqui, se podemos chegar até elas com outras ferramentas, como as fotografias ou os games, por exemplo, disse.

Fragmentos do passado
A imagem mais antiga da exposição é da Curitiba de 1855, reprodução de uma pintura do Centro da cidade feita há 161 anos. A rua XV de Novembro aparece registrada em várias épocas, desde o século 19, ainda de terra (foto 3), até a década de 1970, quando virou um grande calçadão para pedestres (foto 4).

Todos os lugares são bem conhecidos, mas ao olhar as fotos antigas ficaria difícil identificar se não estivessem acompanhados da imagem atual. Nós precisamos estudar as fotos antigas e encontrar o ponto exato em que o fotógrafo se posicionou há 70, 80 ou 90 anos, destacou o fotógrafo Chico Camargo, responsável por parte das fotos da Curitiba de hoje.

São os casos das praças Tiradentes, Santos Andrade e Eufrásio Correia; as avenidas Marechal Floriano e Deodoro; a alameda Doutor Muricy alagada (foto 5); a rua Barão do Rio Branco, dentre muitos outros espaços. As mudanças não são só arquitetônicas e urbanísticas. É possível perceber variados trajes de época, meios de transporte e costumes diferentes – como o footing na rua XV, prática entre os jovens de circular pela via mais famosa da cidade para paquerar e conhecer gente nova.

Complementam e auxiliam na percepção das mudanças da capital filmes feitos na década de 1920, cedidos pelo Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e editados pela Diretoria de Comunicação. Até esta sexta, o visitante também poderá ver algumas atas antigas originais, com as primeiras providências a serem tomadas para a urbanização da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba. Também estão expostos em cavaletes nas galerias do Palácio Rio Branco painéis que informam leis aprovadas pela Câmara desde o século XVII.

Não para por aqui
Já se planeja levar os quadros a outros espaços públicos, é o caso do Largo da Ordem, que aos domingos está repleto de gente circulando. A Câmara de Vereadores ainda avalia a transferência da exposição Curitiba Ontem e Hoje para outros museus que se interessarem pelo acervo.