SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A chanceler alemã Angela Merkel, reunida neste sábado (24) com os chefes de governo dos países dos Bálcãs, declarou que as nações europeias devem assinar mais acordos de repatriação de refugiados com as nações das quais são oriundos.
“Queremos parar com a migração clandestina sem esquecer de nossas responsabilidades humanistas”, declarou Merkel, cujo partido sofreu uma grande derrota eleitoral em Berlim esta semana.
Na reunião em Viena estão, entre outros, o primeiro-ministro húngaro, Victor Orban, muito crítico em relação à política de Merkel, o grego Alexis Tsipras, cujo país abriga 60 mil migrantes, e o búlgaro Boyko Borisov, cujo território registra um grande trânsito de migrantes sem documentos.
“É preciso fechar acordos com terceiros países, principalmente os da África, Paquistão e Afeganistão, para que fique claro que os que não têm direito de ficar na Europa devem ser repatriados para seus países de origem”, acrescentou Merkel.
O chanceler austríaco Christian Kern, por sua parte, explicou que o objetivo da reunião é acelerar a coordenação ante a pior crise migratória no continente desde 1945.
Após receber em torno de 1.1 milhão de refugiados em 2015, a UE fechou em março um acordo com a Turquia, que aceitou receber em seu território refugiados que forem encontrados no mar ou nas ilhas gregas.
Merkel é questionada na Alemanha por sua política favorável aos refugiados. Ela é pressionada por aliados a estabelecer um limite a entrada deles no país, mas tem se negado a fazer isso.
Nas eleições regionais alemãs, o partido de Merkel, a CDU (União Democrática Cristá) teve um desempenho considerado ruim, o que foi atribuído ao descontentamento dos alemães com a questão dos refugiados.
CIDADE DE REFUGIADOS
A União Europeia deveria criar uma “enorme cidade de refugiados” na costa da Líbia, propôs o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban.
Orban disse que os pedidos de asilo deveriam ser processados nesse local, antes deles chegarem à Europa, e defendeu que as fronteiras externas deveriam estar sob “total controle”, incluindo o Mediterrâneo.