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O penúltimo debate antes do primeiro turno da eleição, ontem, na RIC TV, foi marcado pela troca generalizada de ataques entre os candidatos a prefeito de Curitiba. A uma semana da votação, Rafael Greca (PMN) e o prefeito Gustavo Fruet (PDT) protagonizaram, desde o início do confronto, as críticas mais agressivas.

Fruet já abriu o programa questionando o candidato do PMN sobre o desaparecimento de obras históricas do município quando ele era prefeito. Já Greca usou o espaço para se defender da polêmica em torno das declarações na sabatina PUC/Bem Paraná, da última quinta-feira, quando ele disse ter vomitado ao sentir o cheiro de um morador de rua que tentou socorrer. Requião Filho (PMDB), Tadeu Veneri (PT), Maria Victória (PP), Ney Leprevost (PSD) e Ademar Pereira (PROS) se revezaram em críticas a Greca e à atual gestão municipal.

Fruet desafiou Greca a abrir seu acervo pessoal para investigação da Fundação Cultural de Curitiba. O candidato do PMN rebateu reafirmando não ter nenhuma obra da prefeitura e citando a prisão de dois guardas municipais, na última quarta-feira, em frente à sua chácara em Piraquara (região metropolitana). “Todos os objetos da minha casa em Piraquara declarados no imposto de renda há mais de 20 anos”, garantiu.

Na sequência, Greca aproveitou pergunta para Veneri para questionar a aliança do PT com Fruet em 2012. “Seu partido acolheu Fruet, patrocinou a candidatura dele inclusive com recursos de empresas que estão na Lava Jato”, afirmou. “Nós nunca escondemos, como o senhor esconde o Beto Richa em sua campanha. O senhor teve aliança com Requião, Beto Richa, Fernando Henrique, com o Cássio (Taniguchi), com o Lerner”, reagiu o petista.

Curiosamente, foi o próprio Greca que levantou pela primeira vez a polêmica sobre suas declarações na sabatina PUC/Bem Paraná sobre os moradores de rua, ao responder pergunta de Veneri sobre ele ter votado contra a proibição do nepotismo quando era deputado estadual. Ele alegou ter sido vítima de uma “trucagem” dos adversários para lhe fazer parecer “desalmado”. “Qual de vocês tentou recolher alguém da rua? Eu tenho orgulho do meu serviço social na FAS”, desafiou.

O tema voltou no segundo bloco, em pergunta de Requião Filho para o candidato do PMN sobre como resolver o problema dos moradores de rua. “Eu tinha uma visão romântica da ação social quando muito jovem e foi a experiência que eu relatei na PUC”, disse Greca.

Saúde – Logo em seguida, o candidato do PMN questionou Fruet sobre seu programa de regularização de ocupações irregulares e “porque a Cohab está seprocada”. O prefeito negou, afirmando que há uma dívida com o governo federal já em negociação e aproveitou para expressar “a indignação da estrutura da FAS (Fundação de Ação Social) com a forma irônica, soberba e preconceituosa de se tratar pobre”.

Greca então acusou a atual gestão de abandonar casas populares em construção nos bairros do Parolim e Jardim Belém. “Eu não entendo o que há de compassivo nesse governo que não deu certo”, atirou. “Nesta gestão as pafalitas a responsabilidade é de seu governo, de seu governador”, reagiu o prefeito.

O candidato do PMN ainda acusou a atual gestão de ser responsável pelo fechamento de 1 mil leitos do Sistema Único de Saúde (SUS). “A saúde pública está encurralada. Os postos não funcionam. O senhor não sente desalmado por isso”, questionou. “Nem desalmado e nem desprezando os mais pobres”, rebateu Fruet.
FRASES

“Qual de vocês tentou recolher alguém da rua? Eu tenho orgulho do meu serviço social na FAS”

Rafael Greca (PMN)

“(Expressar) a indignação da estrutura da FAS com a forma irônica, a soberba de se tratar pobre”.

Gustavo Fruet (PDT)

“Nós nunca escondemos, como o senhor esconde o Beto Richa em sua campanha”.

Tadeu Veneri (PT) para Rafael Greca

“Respeito a sua trajetória, mas o senhor não é melhor que ninguém aqui”.

Maria Victória (PP) para Tadeu Veneri

“Se formos ficar esperando o governador fazer algo para Curitiba, ficaremos às escuras”.

Requião Filho (PMDB)

“O melhor caminho aumentar a arrecadação do município é utilizarmos criatividade para atrair novas empresas para a cidade”.

Ney Leprevost (PSD)

“A gente vê bastante acusações, agressões. Mas as crianças de Curitiba continuam sem creche”.

Ademar Pereira (PROS)