SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Hillary Clinton parece ter levado vantagem sobre Donald Trump no primeiro debate entre os candidatos à Presidência dos EUA. As pesquisas publicadas após o encontro dão vitória à ex-senadora democrata. No levantamento feito pelo canal CNN com telespectadores, Hillary venceu Trump por larga margem, 62% a 27%. Em outra pesquisa da CNN, com vinte eleitores indecisos da Flórida, 18 consideraram que Hillary foi melhor. O levantamento feito pelo “Public Policy Poll” mostrou que 51% dos entrevistados consideraram que Hillary foi melhor, e 40% julgaram que a vantagem foi de Trump. Talvez mais importante para a democrata, a mesma pesquisa mostrou que, entre os eleitores jovens, ela levou grande vantagem (63% a 24%) sobre Trump. REPERCUSSÃO Três dos principais jornais norte-americanos dedicaram editoriais ao debate desta segunda. Para o “New York Times” e o “Washington Post”, Hillary foi a vitoriosa inconteste. Já o “Wall Street Journal” afirma que mediador Lester Holt, da NBC, foi mais incisivo com Trump do que com Hillary. O “New York Times” escreve que “noventa minutos nunca seriam suficientes para Trump redimir sua candidatura, mesmo que, por algum milagre, ele o quisesse”. Segundo o diário, “Trump tem mentido compulsivamente desde que entrou na disputa”, tendo mantido o comportamento no encontro de segunda. Hillary, por sua vez, esteve melhor, defendendo-se bem dos ataques do republicano. “Fez as suas críticas de modo confiante, a partir de um terreno mais alto e mais seguro”. Para o “Washington Post”, “Donald Trump parece incapaz de mover-se além de seus slogans que, como sempre, foram baseadas em sua visão sombria dos Estados Unidos”. O jornal enfatiza a diferença dos candidatos no quesito transparência. “Trump, mais uma vez, ofereceu desculpas falsas por se recusar a liberar suas declarações fiscais. Clinton, por sua vez, admitiu que estava errada em usar um servidor de e-mail privado e não ofereceu desculpas.” Na visão do “Washington Post”, o processo de escolha do Partido Republicano falhou, “produzindo um candidato que, por cinismo ou ignorância, vende uma visão distorcida da realidade.” O “Wall Street Journal” acusou o mediador, Lester Holt, de parcialidade. Ele “desafiou Trump em relação à sua afirmação dúbia de que tinha se oposto à guerra do Iraque antes da invasão, mas não confrontou Hillary em relação à sua afirmação falsa de que George W. Bush decidiu que os EUA deveriam se retirar do Iraque em 2011”. Na visão do jornal, “Hillary Clinton ofereceu um ataque implacável aos negócios de Donald Trump e a suas qualificações para ser presidente, mas ofereceu poucas razões para acreditar que ela conseguirá tirar o país de seu medo econômico e psicológico”. Apesar de considerar que “há poucas dúvidas de que Clinton venceu nos temas debatidos”, o jornal aponta que Trump “esteve melhor nas questões raciais e de crime, mostrando simpatia pela assunto, e apelando à ‘lei e ordem'”, e ironiza ainda que Hillary “tenha uma solução de governo para todos as ansiedades sociais e econômicas”.