O Dia do Idoso será celebrado neste sábado (01), e a Secretaria estadual da Saúde aproveita a data para alertar sobre prevenção de quedas em idosos – um dos maiores problemas para a faixa etária. Dados nacionais apontam que cerca de 30% das pessoas idosas caem todos os anos e essa taxa passa para 40% após os 80 anos.

Pessoas idosas estão altamente suscetíveis a quedas e, principalmente, a lesões decorrentes desses acidentes. Os motivos são os mais variados, como fraqueza, vertigem, redução da visão e a problemas de mobilidade, explica coordenador estadual da Saúde do Idoso, Rubens Bendlin.

Tontura foi o principal motivo da queda da aposentada Carmem Pires Fecchio, de 82 anos. Residente do município de Mandaguari, na região norte do Estado, estava sozinha quando sentiu um desequilíbrio e caiu no quintal da casa. Ajudada pelos vizinhos, precisou ser hospitalizada e levou pontos na barriga, perfurada por um galho.

A consulta médica também serviu para diagnosticar a tontura repentina; era labirintite. Meu cuidado agora é redobrado. Devido às tonturas e a dificuldade de me movimentar e levantar o pé, eu procuro caminhar mais devagar e prestar muita atenção no terreno onde estou andando, diz Carmem. 

AMBIENTE – Fatores relacionados aos ambientes também representam um grande risco de quedas. Ambientes mal planejados, com iluminação ruim, pisos ou calçados escorregadios, móveis instáveis e objetos estocados em locais de difícil acesso são riscos que podem estar dentro da própria casa, afirma Bendlin.

Em média, 10% das quedas ocorrem em escadas e o perigo maior está no momento da descida. Para serem mais seguras, as escadas devem ter degraus regulares e de fácil visualização, também é importante que estejam sinalizadas. Além disso, são recomendadas barras de apoio nos banheiros.

De acordo com a coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa (PPI), irmã Terezinha Tortelli, a queda de pessoas com idade avançada causa muito mais danos. Com o avançar da idade, essas pessoas vão perdendo os reflexos de proteção e a força muscular, terão maior dificuldade para levantar e, com a densidade óssea reduzida, a recuperação é muito mais lenta, afirma.

PASTORAL – O trabalho da PPI inclui visitas mensais para monitoramento de idosos em situação de vulnerabilidade. Fazemos o monitoramento dos idosos cadastrados e priorizamos pessoas com idade mais avançada, fragilidades, doenças, que moram sozinhas, foram abandonadas ou vivem em situação de isolamento, explica a coordenadora. 

As visitas da Pastoral reduziram em 10,5% o número de quedas de idosos no período de cinco anos, entre 2011 e 2016. Dados preliminares mostram que no ano de 2015, 9% das pessoas acompanhadas pela PPI sofreram quedas e 27,3% dessas pessoas precisaram ser internadas. 

Nossos voluntários passam por capacitações voltadas especificamente à queda de idosos. Eles recebem orientações sobre a prevenção de acidentes para que tenham um olhar diferenciado durante as visitas que realizam. O objetivo é sempre reduzir esses números, garante a irmã.

Para dar apoio ao trabalho realizado pela PPI, o Governo do Estado garantiu um repasse de R$ 882 mil por meio de um convênio de 24 meses. A Pastoral está presente em 107 municípios do Paraná e atualmente monitora mais de 28 mil pessoas idosas em todo o Estado.