JOSÉ MARQUES BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Quase 11 meses após o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), a Polícia Civil de Minas Gerais instaurou um novo inquérito para apurar possível crime de lesão corporal grave por conta do desastre. A investigação foi aberta nesta quinta-feira (29) após pedido do Ministério Público Federal. Logo após o rompimento, em 5 de novembro passado, a Polícia Civil foi responsável por apurar crimes de homicídio relacionados a caso. Em nota, o delegado regional Rodrigo Bustamante afirma que embora os crimes ligados à ruptura sejam julgados pela Justiça Federal, a apuração de lesões penais deve ser feita pela Polícia Civil. Procurada, a Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, disse que não tem conhecimento deste novo inquérito. Em fevereiro, a equipe comandada por Bustamante indiciou o ex-presidente da Samarco Ricardo Vescovi e mais seis pessoas pelos crimes de homicídio com dolo eventual, inundação e poluição de água potável. Eles negam as acusações. A Polícia Federal, que investigava a possibilidade de crimes ambientais, concluiu seu inquérito em junho e indiciou oito pessoas e três empresas: a Samarco, a Vale e a consultoria VogBR. Todos também negam ter cometido qualquer irregularidade. Atualmente, o Ministério Público Federal conduz o inquérito sobre o desastre, mas ainda não apresentou denúncias. A previsão é que elas sejam oferecidas antes que a tragédia complete um ano. Ao ruir, a barragem da Samarco matou 19 pessoas, soterrou povoados e deixou um rastro de destruição que chegou ao litoral do Espírito Santo.