PAULA REVERBEL E GABRIELA SÁ PESSOA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Depois que a Justiça Eleitoral proibiu a realização do festival #ResisteSP, que estava marcado para a véspera da eleição na praça Roosevelt, em São Paulo, o promotor José Carlos Bonilha enviou nesta quinta-feira (29) outro pedido, desta vez para que ele seja permitido sem o caráter de “showmício”.
“O que deve ser impedido é o showmício e os carros de som, auto-falantes que distem menos de 200 metros de igrejas, escolas, etc”, explicou. Ele argumenta que a liberdade de reunião das pessoas é uma garantia constitucional.
O juiz auxiliar da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Sergio da Costa Leite, aceitou nesta terça o argumento do Ministério Público Eleitoral e considerou que “está claro o cunho eleitoral da reunião”. O pedido da promotoria pedia a proibição do evento, caso ele mantivesse as características que a lei veda.
O festival de música, no sábado (1º), seria crítico aos candidatos João Doria (PSDB), Celso Russomano (PRB) e Marta Suplicy (PMDB). Nas pesquisas, os três estão à frente do prefeito Fernando Haddad (PT), que tenta a reeleição.
“Este ano foi ano de golpe na democracia brasileira. Agora, em São Paulo nos ameaçam Marta, Russomanno e Doria com seus retrocessos”, dizia a divulgação no Facebook do festival #ResisteSP. A página foi alterada.
Os organizadores do evento argumentam que o evento é contra o conservadorismo e não os candidatos. Eles afirmam ainda que o evento não está ligado a nenhum partido.
Segundo Bonilha, não haveria problemas em promover festa e shows a favor de causas amplas -contra o conservadorismo, a favor da descriminalização do aborto. O problema é a conotação, seja ela positiva ou negativa, aos candidatos.
Após a proibição da Justiça Eleitoral, a organização, que ainda não foi notificada, afirmou que a decisão favorecia “o avanço do conservadorismo e da intolerância”.
Em 2012, eventos semelhantes aconteceram na praça Roosevelt antes das eleições.