Seis dos oitos candidatos à prefeitura de Curitiba fizeram ontem à noite, na RPC, o último debate transmitido pela TV antes do primeiro turno das eleições, no domingo. Gustavo Fruet (PDT), Maria Victoria (PP), Ney Leprevost (PSD), Rafael Greca (PMN), Requião Filho (PMDB) e Tadeu Veneri (PP) se arriscaram pouco, não tocaram nos temas mais polêmicos da campanha e procuraram se limitar a propostas. Xênia Mello (PSOL) e Ademar Pereira (PROS) não foram convidados pela emissora. 

Com pouco tempo para respostas e réplicas e com dois blocos com temas sorteados pelo mediador, os candidatos acabaram deixando de lado os assuntos que mais geraram embates ao longo da campanha. A frase de Greca, que disse ter vomitado ao dar carona para um pobre, o suposto roubo de obras de arte do acervo da cidade pelo ex-prefeito e a acusação de que guardas municipais foram usados pela atual gestão para vigiar a chácara do candidato não foram explorados.
Em um programa com clima morno, a primeira pergunta, feita por Requião Filho, foi a mais incisiva. O peemedebista questionou Greca sobre o apoio do governador Beto Richa (PSDB), que segundo ele tem tratado mal o funcionalismo público. O senhor pretende tratar os servidores com porradas e cavalos ou com um pouco mais de carinho?, questionou. Greca afirmou que pretende tratar o funcionalismo municipal com motivação, ânimo e carinho e que o apoio dá a possibilidade de diálogo com o governo do estado. Esse grupo que apoia o Rafael é muito mal intencionado, respondeu Requião Filho.
O primeiro bloco seguiu com perguntas sobre temas sorteados. A respeito da educação, Maria Victoria disse que o R$ 1,5 bilhão destinado à área é suficiente para que os CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil) funcionem até as 20 horas e prometeu o passe livre no transporte para estudantes com 95% de presença nas aulas. Greca disse que pretende fazer parcerias com escolas municipais e ampliar o contraturno escolar.
Ao falar sobre transporte coletivo, Ney Leprevost prometeu reintegrar o sistema com a região metropolitana nos primeiros 30 dias de gestãoe reduzir o valor da tarifa nos primeiros 90 dias. Segundo ele, isso é possível se a Urbs abrir mão dos 4% que abocanha da tarifa e com a implantação de publicidade nos ônibus.
Questionado sobre cultura por Tadeu Veneri, Gustavo Fruet voltou a dizer que o mais difícil foi feito durante sua gestão, na contramão do governo federal e do governo estadual. A cultura que produzimos é do centro, não da periferia, disse o petista. No primeiro bloco os candidatos ainda falaram sobre geração de emprego e segurança.
No segundo bloco, Gustavo Fruet foi mais inciviso ao perguntar sobre Leprevost sobre transporte. Amanhã (hoje) vamos apresentar a proposta de um novo modal, com base na eletromobilidade, disse o prefeito. Lamento que você esteja fazendo isso só na véspera de eleição, afirmou Leprevost. Tenho acompanhado muita falta de informação e desatualização. Esse projeto vem sendo discutido desde 2013, rebateu Fruet.
Ao perguntar sobre assistência social para Requião Filho, Maria Victoria acabou ouvindo uma defesa da Fundação de Ação Social (FAS). Sou candidato querendo ocupar o lugar do Gustavo Fruet, mas 230 vagas para 5 mil moradores não é culpa da FAS. Temos uma crise o Brasil, que gera desemprego, disse. A FAS foi usada por uma primeira dama com o trampolim político, afirmou em relação à gestão Beto Richa na prefeitura.
O terceiro bloco teve perguntas sobre saúde, meio ambiente, habitação, lixo, mobilidade urbana e acessibilidade. Greca voltou a dizer que a Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab) está ceprocada e Veneri afirmou novamente que as propostas não sairão do papel se os contratos do lixo e do transporte não forem revistos.
No quarto bloco, os candidatos voltaram a fazer perguntas sobre temas de sua escolha e acabaram voltando aos assuntos educação, habitação, assistência social e arrecadação. Cada um teve um minuto para as considerações finais. Belém. Eu não entendo o que há de compassivo nesse governo que não deu certo, atirou. Nesta gestão as pafalitas a responsabilidade é de seu governo, de seu governador, reagiu o prefeito.
O candidato do PMN ainda acusou a atual gestão de ser responsável pelo fechamento de 1 mil leitos do Sistema Único de Saúde (SUS). A saúde pública está encurralada. Os postos não funcionam. O senhor não sente desalmado por isso, questionou. Nem desalmado e nem desprezando os mais pobres, rebateu Fruet.