GIBA BERGAMIM JR.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em caminhada pelo Capão Redondo (zona sul), o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que seu adversário João Doria (PSDB) não poderá “fugir” do confronto com ele num eventual segundo turno.
Haddad aposta na queda de Marta Suplicy (PMDB) e na estagnação de Celso Russomano (PRB) como sua chance de chegar em segundo lugar neste domingo (2).
“No segundo turno, o Doria não vai poder fugir do debate, como ele fez na Rede Globo. Fugiu o tempo todo do confronto direto comigo. Ele fazia críticas à administração usando a escada dos candidatos. Esse expediente o Doria não vai mais poder usar”, disse.
Haddad se refere ao tempo igual na televisão para os dois finalistas do pleito. “Aí teremos cinco minutos (cada um). Infelizmente, a campanha é muito curta, e reduziu em dois terços o tempo de TV”, disse Haddad.
O candidato disse não ter tido tempo apresentar todos os projetos concluídos de seu governo, mas que ainda assim “reduziu drasticamente” a rejeição que tinha.
“Eu tinha sete minutos e meio [de propaganda na TV] em 2012, agora temos dois e meio. Você não consegue mostrar tudo o que fez”, afirmou.
Haddad afirmou que a estratégia de nacionalizar as discussões de campanha em críticas ao presidente Michel Temer ocorreram “na medida certa”. Haddad passou o último mês dizendo que seus adversários apoiam as medidas de Temer.
“A nacionalização aconteceu à medida em que as decisões tomadas Brasília impactam na vida do cidadão paulistano. Por exemplo, a emenda constitucional que limita os gastos sociais vai ter um impacto dramático em todas as cidades. São coisas que temos que discutir, não adianta esconder”, disse.
TAXISTAS
A região é reduto eleitoral de vereadores petistas como os irmãos Arselino e Jair Tatto, mas disputa espaço com adversários como Milton Leite (DEM), que apoia
Durante o evento de campanha, Haddad foi questionado por taxistas que o acusaram de promover “indústria da multa” com a ampliação de radares e a redução de limites de velocidade e “acabar com a categoria” ao regulamentar o Uber.
Alguns xingaram Haddad. “O senhor tem que pensar na vida das pessoas”, respondeu. Ele defende que a redução fez cair em 30% o número de mortes no trânsito.
Cercado de apoiadores, o prefeito acabou atravessando um semáforo de pedestres que estava vermelho para ele, em meio ao buzinaço de carros na avenida
ORÇAMENTO
Haddad disse que a previsão orçamentária menor de investimentos na cidade para 2017 ocorre por causa da queda de repasses federais. “Tivemos que cortar o que o PAC federal cortou. Não adianta iludir as pessoas”, disse.
Reportagem do “O Estado de S.Paulo” deste sábado (1) diz que a previsão de investimentos para o ano que vem representa corte de R$ 2,3 bilhões.
Haddad contesta a reportagem dizendo que o orçamento executado para investimento deste ano será menor do que a previsão do anonque vem.
“R$ 5,7 bilhões [de investimentos previstos para o ano que vem] é mais do que esse ano. Os números estão errados. Pode comparar com os anos anteriores. Se a gente conseguir executar isso, será recorde”, disse.