ITALO NOGUEIRA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A terceira versão do edital de licitação para gestão do “modo legado” do Parque Olímpico aumentou o aporte público inicial para desmontagem de arenas temporárias. O prazo para a conclusão de montagem de escolas públicas com o material do local também foi ampliado.
O novo edital, publicado nesta quinta-feira (20) no “Diário Oficial” do município, prevê que a Prefeitura do Rio gaste R$ 166,5 milhões para as intervenções necessárias na área, um aumento de R$ 58,2 milhões em relação ao edital anterior, de setembro.
Esse gasto está concentrado nos dois primeiros anos de concessão –apenas R$ 4 milhões estão previstos para serem gastos no ano que vem. O aumento de custo ocorre num cenário em que a Prefeitura do Rio propôs uma redução no orçamento de R$ 1,4 bilhão em relação ao este ano, de R$ 29,5 bilhões.
A mudança se deve principalmente à transferência de responsabilidade para o município de desmontagem do Centro Olímpico de Esportes Aquáticos. Na versão anterior do edital, a futura concessionária deveria custear essa intervenção.
De acordo com o secretário de Concessões e PPPs, Jorge Arraes, a mudança foi feita para “garantir que a desmontagem no primeiro ano”. O objetivo é agilizar a instalação das duas piscinas na cidade –esse gasto manteve-se como responsabilidade do gestor privado.
O edital também amplia de 12 para 15 meses a conclusão das quatros escolas a serem montadas com a estrutura da Arena de Futuro, usada para as competições de handebol na Olimpíada.
A conclusão da adaptação da Arena Carioca 3 numa escola municipal também foi adiada de 14 para 18 meses. O mesmo ocorreu com o fim das intervenções na Arena Carioca 2, futuro COT (Centro Olímpico de Treinamento) a ser usado pelos atletas de alta performance.
GASTO TOTAL
O edital prevê que o futuro concessionário seja o responsável por gerir todo o complexo por 25 anos. A principal fonte de renda do gestor serão a Arena Carioca 1 (usada como multiuso, para shows e eventos) e o Centro de Tênis.
O gasto total do município ao longo de todo este período teve uma pequena redução. O pagamento de dinheiro público anual para o gestor do local caiu de R$ 24,4 milhões para R$ 16,6 milhões. A soma total do gasto do município ao longo desse período caiu de R$ 670,8 milhões para R$ 549,3 milhões.
Esta é a terceira versão do edital do Parque Olímpico. A primeira foi lançada na véspera do início da Olimpíada, em agosto. Em setembro, o município alterou as regras após firmar com o Ministério dos Esportes um protocolo de intenções para uso do COT.
O atraso mantém o Parque Olímpico sem um modelo de financiamento definido para uso após os Jogos.