Renato Duque e o ex-ministro José Dirceu e o ex-diretor de serviços da Petrobras, serão interrogados nesta sexta-feira (21) pelo juiz Sérgio Moro. Eles são réus de uma ação penal que apura pagamentos de propina por empresas que forneciam tubos à Petrobras.

A audiência começa às 14h, na Justiça Federal do Paraná, com depoimento de cinco réus da ação penal, que está relacionada à 30ª fase da Lava Jato. O juiz Sérgio Moro vai interrogar o ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, o ex-ministro José Dirceu, o irmão dele, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, além de dois diretores de uma empresa de fachada que teria sido usada para repassar propina a Dirceu: Eduardo Aparecido Meira e Flávio Henrique Macedo.

Como nenhum dos réus é colaborador, eles têm o direito de permanecer em silêncio. Em audiências anteriores diante do juiz Sérgio Moro, Dirceu optou por responder as perguntas, sempre negando o recebimento de propina, enquanto Duque sempre ficou calado. Os dois já foram condenados na Lava Jato com as maiores penas da operação até agora. Atualmente, estão presos no Complexo Médico Penal, em Pinhais.

A ação penal da audiência de hoje apura pagamentos de propina de mais de R$ 7 milhões feitos pela Apolo Tubulars, uma empresa que fornecia tubos para a Petrobras. Entre os beneficiários do dinheiro, segundo o Ministério Público, estavam Dirceu e Duque. O ex-ministro teria recebido mais de R$ 2 milhões.

De acordo com as investigações, Renato Duque abriu mão de parte da propina a que tinha direito, cerca de 30%, como uma espécie de retribuição por Dirceu ter lhe indicado ao cargo de diretor de serviços da Petrobras. Mesmo assim, Duque ainda teria recebido valores superiores a R$ 4 milhões.