NATUZA NERY, RUBENS VALENTE E DANIEL CARVALHO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal cumpre, nesta sexta-feira (21), mandados no Senado.
De acordo com a PF, a Operação Métis foi deflagrada para desarticular uma organização criminosa que tentava atrapalhar investigações da Lava Jato.
A ação tem como um dos alvos policiais legislativos. Quatro deles foram presos: Pedro Ricardo Carvalho, diretor da polícia do Senado, Geraldo Cesar de Deus Oliveira, Everton Taborda e Antonio Tavares.
Carvalho é homem de confiança do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
“Foram obtidas provas de que o grupo, liderado pelo Diretor da Polícia do Senado, tinha a finalidade de criar embaraços às ações investigativas da Polícia Federal em face de Senadores e ex-Senadores, utilizando-se de equipamentos de inteligência”, diz nota emitida pela instituição.
“Em um dos eventos, o Diretor da Polícia do Senado ordenou a prática de atos de intimidação à Polícia Federal, no cumprimento de mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal em apartamento funcional de Senador”, afirma a PF.
Houve busca e apreensão nas dependências da Polícia Legislativa, no subsolo do prédio do Senado.
A PF informou que a Justiça Federal suspendeu os policiais envolvidos do exercício da função pública.
Conforme informações preliminares, nenhum gabinete de senador foi alvo da ação nesta manhã. A Polícia Federal desmentiu informação de que teriam entrado no gabinete ou na casa do senador Fernando Collor (PTC).
A operação teria relação com informações prestadas por um servidor do Senado à Justiça Federal.
A ação, autorizada pela Justiça Federal no Distrito Federal, ocorre apenas dois dias depois da prisão de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, do PMDB.