MARCELO TOLEDO
RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – A morte de um macaco diagnosticado com febre amarela gerou alerta aos serviços de saúde de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). É o primeiro caso registrado na região desde 2008, segundo o Estado, o que fará a prefeitura iniciar uma campanha de vacinação.
Uma fêmea sagui foi encontrada morta numa praça na região central da cidade em julho e, após exames, constatou-se que ela tinha contraído a doença.
Isso gera um alerta porque a febre amarela também pode ser transmitida, em área urbana, pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya. Ribeirão Preto teve mais de 35 mil casos de dengue neste ano.
Uma nota técnica emitida na sexta (21) pela Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) informou que a confirmação foi feita após exames no Instituto Adolfo Lutz.
‘Esse sagui foi achado na praça Camões, era fêmea e estava prenha. Como em outros animais encontrados mortos, foram feitos os exames de rotina, que deram positivo para febre amarela. Por isso, foi realizado o bloqueio na praça e no seu entorno‘, afirmou a diretora regional da Sucen, Vera Bueno.
De acordo com ela, o fato gerou um alerta nos serviços de saúde e todo o protocolo após o encontro do corpo foi seguido. Foi feita também uma pesquisa entomológica, com o recolhimento de mosquitos, encaminhados para o laboratório da Sucen na capital e, posteriormente, ao Adolfo Lutz, para identificar a presença ou não do vírus.
“Agora, em cumprimento à rotina, ao protocolo nesses casos, vamos fazer o levantamento entomológico nas áreas verdes de Ribeirão Preto. Estão selecionados a Mata de Santa Tereza, o Bosque, o campus da USP e o parque Curupira [o principal da cidade].”
A mata deve ser o primeiro local. Serão feitas três coletas, durante três semanas, com o objetivo de verificar se o vírus está circulando ou não.
De acordo com a prefeitura, a partir de segunda-feira (24), quem ainda não tiver tomado a vacina contra febre amarela poderá procurar uma das 36 salas de vacina da cidade para ser imunizado. Segundo os órgãos de saúde, no país não há relato de transmissão de febre amarela entre humanos no ambiente urbano desde 1942.
Em maio, o Estado registrou a primeira morte por febre amarela silvestre desde 2009.
A vítima foi um homem de 38 anos, operário da construção civil, que morava em Bady Bassit (região de São José do Rio Preto). Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a doença foi contraída em área de mata -possivelmente na própria região.