Professores e funcionários das escolas da rede pública estadual decidiram rejeitar, em assembleia a proposta do governo do Estado e manter a greve iniciada na semana passada. Com isso, o governo anunciou que a partir de hoje passará a descontar as faltas pelos dias parados. Em uma votação apertada, a categoria rejeitou por 724 votos contra 719, o acordo pelo qual o governo se comprometia a retirar de pauta a proposta de suspensão por tempo indeterminado do reajuste salarial do funcionalismo público, em troca do retorno ao trabalho.

A proposta foi apresentada na quinta-feira pelo chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB), através de um termo de acordo encaminhado aos dirigentes dos sindicatos segundo o qual o governo se comprometia a retirar da pauta da Assembleia Legislativa as emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2017 que suspendia o pagamento do reajuste até que houvesse disponbilibilidade financeira do Estado. O governo alega não ter como pagar o reajuste e as promoções e progressões dos servidores em atraso que juntos somariam R$ 3,5 bilhões em despesas adicionais, em razão da queda das receitas provocada pela crise econômica que atinge o País.

O resultado da assembleia da APP mostrou que os professores estavam divididos sobre manter ou não a greve ou aceitar a proposta do governo. Por uma diferença de apenas cinco votos, a maioria considerou que o documento apresentado pelo governo do Estado não atende às expectativas dos educadores. Foram registradas três abstenções. O comando de greve havia recomendado a suspensão da paralisação para a abertura de negociação com o governo.

Com a decisão da categoria, a tendência agora é que o governo oriente os deputados da sua base de apoio na Assembleia a retomar a tramitação das emendas à LDO que suspendem o reajuste até o pagamento das promoções e à disponibilidade financeira.