VALDO CRUZ E GUSTAVO URIBE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Michel Temer acertou com o presidente do Senado, Renan Calheiros, um jantar com os senadores da base aliada na quarta-feira (26) para buscar acelerar a votação do teto dos gastos públicos e concluir o processo no máximo até o início de dezembro. Temer e Renan conversaram no domingo (23) sobre o processo de votação da Proposta de Emenda Constitucional que cria o teto dos gastos públicos, que deve ser votada em segundo turno na Câmara dos Deputados na terça-feira (25). A expectativa do governo é superar os 366 votos favoráveis à medida obtidos na votação em primeiro turno na Câmara. O jantar, no Palácio da Alvorada, vai ocorrer, se tudo seguir o cronograma do governo, um dia depois de a proposta ser votada na Câmara dos Deputados. Temer fez o mesmo tipo de encontro com os deputados a fim de pedir apoio para aprovação da medida que considera essencial para recuperar a economia brasileira. Além de agilizar a votação da PEC do teto dos gastos públicos, a conversa entre os presidentes da República e do Senado busca também contornar o mal estar criado pelas declarações do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que defendeu a operação da Polícia Federal que prendeu quatro policiais da segurança do Senado. Eles são acusados de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Renan Calheiros não gostou dos comentários do ministro e reclamou com o Palácio do Planalto. O próprio Alexandre de Moraes, seguindo orientações de Temer, ligou para Renan na tentativa de explicar que a PF não tinha como não cumprir uma ordem judicial. CÂMARA Na noite do domingo, o presidente telefonou também para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para combinar o rito de votação na terça-feira do segundo turno da proposta. Na conversa, ficou acertado que a pauta da Câmara dos Deputados será liberada para que tenha como foco apenas a aprovação da medida. Em um empenho para conseguir um placar superior a 366 votos, em uma tentativa de demonstração pública de força, o peemedebista passou o domingo telefonando para parlamentares indecisos, sobretudo de partidos que tiveram alta taxa de traição no primeiro turno, como PSB e PPS. Em uma ofensiva final, ele também deixará a agenda presidencial aberta na terça-feira para telefonar ou receber deputados federais caso seja necessário. A ideia é que ele acompanhe a votação pela televisão de seu gabinete no Palácio do Planalto acompanhado de auxiliares e assessores. Nesta segunda-feira, o presidente receberá à tarde os líderes da base aliada na Câmara dos Deputados e, à noite, participará de jantar com parlamentares governistas na residência oficial do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ). Pelo mapa de votação esboçado no final de semana pelo Palácio do Planalto, a expectativa é conseguir um placar no segundo turno de cerca de 375 votos.