Uma tragédia foi registrada na tarde de segunda-feira (24) no Colégio Estadual Santa Felicidade, na região norte de Curitiba. Um adolescente de 16 anos chamado Lucas Eduardo foi morto a facadas por volta das 16 horas dentro da escola, que está ocupada desde o dia 12 de outubro por estudantes que se opõe à reforma do ensino médio por meio de Medida Provisória 746 e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que impõe um limite aos gastos públicos.

Segundo informações da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), o suspeito do crime, que foi apreendido no final da tarde de ontem e encaminhado para a Delegacia do Adolescente após confessar o crime, teria 17 anos e seria colega da vítima. Ambos estudam na instituição de ensino, participavam da ocupação e teriam dividido uma balinha ecstasy.

Os estudantes dividiram uma droga sintética que chamam de ‘balinha’. Os outros alunos da ocupação notaram que eles estavam alterados e então pediram para que eles se retirassem do local. Os jovens então foram para uma espécie de alojamento, onde acabaram se desentendendo. A vítima teria partido para a agressão e o autor do crime teria tentado se defender com a faca, atingindo uma veia importante na região do pescoço da vítima, relatou o secretário de Segurança Pública Wagner Mesquita.

A Sesp também informou que nos últimos dias havia aberto um canal de denúncias 24 horas para relatos envolvendo as ocupações. Desde então teriam sido registradas mais de 60 ocorrências, envolvendo desde agressão contra adolescentes até consumo de drogas.

Depois do episódio, o movimento Ocupa Paraná divulgou em sua página no Facebook uma nota lamentando a triste notícia da morte do estudante, que segundo eles não participava da ocupação, diferentemente do que afirma a Sesp. Segundo os manifestantes, a vítima é também vítima de um sistema que oprime e que não corresponde aos anseios da juventude.

No entanto, o homicídio dentro de uma escola ocupada coloca pressão maior ainda contra o movimento liderado pela União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes). Desde a semana passada vem aumentando as críticas ao movimento, tanto pela comunidade escolar como pelo governo do Estado, que insiste em que os alunos deixem as ocupações e venham negociar.