RANIER BRAGON
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A base de apoio a Michel Temer quase conseguiu concluir na noite desta segunda-feira (24) a votação na Câmara dos Deputados do projeto que permite a ampliação da participação privada no pré-sal.
Faltando apenas uma emenda a ser analisada, porém, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a sessão às 22h20 para não atrasar ainda mais a ida dos deputados para um jantar com Temer.
O presidente da República iria se reunir com deputados na casa de Maia para defender novamente a aprovação da prioridade legislativa do governo para 2016, a aprovação da proposta que congela os gastos federais por 20 anos. A votação da medida em segundo turno ocorre nesta terça-feira (24).
A alteração no pré-sal, entretanto, também é uma prioridade de Temer. O texto-base havia sido aprovado no dia 5. Nesta segunda foram rejeitadas quase todas as emendas apresentadas pela oposição. Restava apenas uma, do PT. Após essa etapa, a medida segue para a sanção presidencial.
O projeto acaba com a obrigatoriedade de a Petrobras ter ao menos 30% de participação e ser a e a operadora única dos campos de exploração em águas profundas.
Mais uma vez, PT, PC do B, PDT, PSOL e Rede se manifestaram contra a medida sob o argumento de que o governo está entregando as riquezas nacionais para as multinacionais do petróleo e, com o projeto, dá o primeiro passo para a privatização da estatal.
“Em um jornalismo sério, a manchete de amanhã deveria ser a seguinte: ‘O petróleo era nosso, agora é deles'”, discursou o petista Bohn Gass (RS).
“Nunca tivemos oportunidade tão grande de corrigir um dos maiores erros que o Brasil já praticou na história, o de fazer a obrigatoriedade de a Petrobras ter participação em 30% de todos os poços. Isso implica reduzir investimentos no setor de gás e petróleo, com consequências gravíssimas para a educação e para a saúde, que precisam da prospecção e da produção para gerar recursos de royalties para setores tão essenciais”, discursou o tucano Jutahy Júnior (BA).