SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pelo menos 3.740 migrantes morreram este ano tentando cruzar o mar Mediterrâneo, número que quase se equipara ao total de mortes registradas durante todo o ano de 2015, quando três vezes mais pessoas se lançaram a esse mar, alertou nesta terça (25) a agência para refugiados da ONU (Acnur).
Segundo William Spindler, porta-voz do Acnur, há registros de que 327,8 mil migrantes tenham cruzado o Mediterrâneo este ano. Em 2015, o fluxo superou 1 milhão de pessoas, com 3.771 mortes no ano inteiro.
“Esse é, de longe, o pior que já vimos no Mediterrâneo”, afirmou Spindler. “Podemos dizer que a taxa de mortalidade aumentou três vezes.”
Na semana passada, a Folha de S.Paulo publicou uma reportagem sobre o resgate de migrantes vindos da África, na costa da Líbia, e mostrou o drama e as condições de quem tenta chegar à Europa pelo mar.
O grande fluxo de migrantes que cruzam o Mediterrâneo é alimentada por conflitos em diferentes países, como a guerra civil da Síria, que já ultrapassou cinco anos e levou ao êxodo de milhões.
O ano de 2016 viu episódios dramáticos em que grandes botes naufragaram, matando centenas de pessoas de uma só vez na região. Em uma semana, em junho, mais de 700 morreram em apenas três naufrágios.