SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo britânico aprovou, nesta terça-feira (25), uma expansão do aeroporto de Heathrow avaliada em US$ 22 bilhões, no que marca o fim de 25 anos de indefinição sobre a mais ambiciosa opção para impulsionar as operações comerciais do país após a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia.
Com a decisão, sairá finalmente do papel a construção de um terceiro terminal em Heathrow, abrindo espaço para que o local receba centenas de milhares de voos adicionais por ano.
A expansão de Heathrow foi aprovada em detrimento da construção de um segundo terminal em Gatwick, que disputava com o maior aeroporto britânico as verbas para crescer, em meio a protestos ambientais e políticos.
“É uma grande decisão para o país, mas também o sinal mais claro após o plebiscito de que o país está aberto a negócios”, afirmou o ministro dos Transportes, Chris Grayling, a jornalistas.
O projeto, um dos maiores programas de infraestrutura na Europa, custará 18 bilhões de libras (US$ 22 bilhões), e deve enfrentar desafios e ser submetido a uma votação final dos parlamentares dentro de um ano. Isso significa que o novo terminal só seria inaugurado, no mínimo, em 2025.
É também a maior decisão que a primeira-ministra britânica, Theresa May, tomou desde que assumiu o cargo, em julho. A premiê entra, assim, em conflito direto com ministros que se opõem à expansão na densamente povoada região oeste de Londres, entre eles o chanceler britânico, Boris Johnson.
Moradores da área criticam a expansão por causa do barulho e da poluição do ar.
Segundo estimativas, Heathrow deve perder seu posto de maior hub (aeroporto que distribui as principais conexões) da Europa para o francês Charles de Gaulle até 2020. Com apenas dois terminais, só pode receber 480 mil voos ao ano, comparado com os potenciais 600 mil oferecidos por rivais europeus com mais terminais.
Um estudo de três anos feito pela Comissão de Aeroportos britânica, organismo independente, indica que um novo terminal em Heathrow criaria 70 mil empregos até 2050 e aumentaria o PIB (Produto Interno Bruto) entre 0,65% e 0,75% até 2050, o que significaria o impulso de 147 bilhões de libras na economia ao longo de 60 anos.
O aeroporto tem como dono o grupo espanhol Ferrovial, Qatar Holding, China Investment Corp e outros investidores. Os custos da expansão serão pagos pelo setor privado.