A presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, cobrou ontem respeito aos juízes. Não é admissível aqui, fora dos autos, que qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado. Como eu disse, quando um juiz é destratado, eu também sou, afirmou a ministra, no início da 240ª Sessão Ordinária do CNJ.
Na segunda-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticou o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, por autorizar as prisões do chefe da polícia do Senado, Pedro Ricardo Carvalho, e mais três policiais legislativos, suspeitos de prestar serviço de contrainteligência para ajudar senadores investigados na Lava Jato e em outras operações. Renan também fez críticas ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que criticou a Polícia Legislativa pela suposta obstrução da Lava Jato.
Renan chamou o juiz federal de juizeco e disse que Moraes se comporta, no máximo, como um chefete de polícia. Durante a abertura da sessão do CNJ, Cármen Lúcia defendeu o equilíbrio entre os poderes da República, disse que os juízes são essenciais para a democracia e que não há necessidade de qualquer tipo de questionamento que não seja no estreito limite da constitucionalidade e da legalidade.