EULINA OLIVEIRA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar manteve a trajetória de alta da véspera e voltou ao patamar dos R$ 3,15. Segundo analistas, o cenário externo se sobrepôs ao interno nesta quinta-feira (27). Dados mais fortes da economia americana elevaram ainda mais as apostas de uma alta dos juros americanos em dezembro, e a moeda americana subiu mundialmente. Jefferson Rugik, diretor de câmbio da Correparti Corretora, destaca que os investidores buscam proteção, à espera do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA referente ao terceiro trimestre, que será divulgado nesta sexta-feira (28).

A média das expectativas de analistas consultados pela Bloomberg é de que o PIB americano tenha crescido 2,6% no terceiro trimestre a uma taxa anual, ante 1,4% no trimestre anterior. Um número mais alto que as expectativas pode potencializar as chances de alta dos juros americanos. “Além disso, o mercado já se prepara para a próxima reunião do Fed [Federal Reserve, o banco central dos EUA], na semana que vem”, lembra Rugik.

A probabilidade de elevação dos juros americanos na reunião da próxima semana, no entanto, é baixa. Após cair pela manhã, com o fluxo da repatriação de recursos mantidos irregularmente no exterior, o dólar comercial fechou em alta de 0,44%, a R$ 3,1570. Analistas comentam ainda que, como o dólar caiu muito recentemente, muitos bancos estão comprando a moeda. Outro motivo é que o Banco Central decidiu não rolar os contratos de swap cambial, equivalentes à venda futura de dólares pela autoridade monetária, que vencem no próximo dia 1º, no montante de aproximadamente US$ 2,9 bilhões, que será retirado do mercado. Pela manhã, o BC leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, que corresponde à compra futura de dólares, no montante de US$ 250 milhões.

BOLSA

Apesar da queda dos índices em Nova York, o Ibovespa fechou em alta de 0,66%, aos 64.249,50 pontos, renovando a maior pontuação desde abril de 2012 . O giro financeiro foi de R$ 8,1 bilhões. As ações preferenciais da Petrobras perderam 0,05%, a R$ 18,09, e as ordinárias ganharam 0,20%, a R$ 19,25. Os papéis PNA da Vale caíram 0,38%, a R$ 20,72, e os ON subiram 1,05%, a R$ 22,00. No setor financeiro, Banco do Brasil ON foi o destaque, com alta de 5,12%; Itaú Unibanco PN, 2,13%; Bradesco PN, +1,66%; Bradesco ON, +1,47%; Santander unit, +1,35%; e BM&FBovespa ON, +0,27%. Após caírem 11,45% nesta quarta-feira, após o BNDESPar vetar o plano de reorganização da JBS, as ações ON da companhia de alimentos caíram mais 4,21%, a R$ 10,00, liderando novamente as quedas do índice.