O governo do Paraná decidiu adiar a desocupação do Colégio Estadual do Paraná (CEP), um dos 25 estabelecimentos em Curitiba que deveriam ser liberados nesta sexta-feira (28) por determinação da Justiça. A decisão foi tomada após reunião entre representantes do governo do estado e do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Pelo acordo, os estudantes terão de deixar os outros 24 estabelecimentos até segunda-feira. O CEP deverá ser liberado em um prazo de dez dias.

O clima foi de tensão no CEP durante toda esta sexta-feira, pois os estudantes se recusavam a cumprir a decisão da Justiça. Eles fizem um cordão de isolamento, portaram bandeiras e gritaram palavras de ordem. Membros da seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) e do MP-PR acompanharam os oficiais de Justiça. A decisão judicial prevê a desocupação voluntária, sob pena de R$ 10 mil ao dia em caso de descumprimento. Em caso de resistência, afirma a juíza, a Polícia Militar está autorizada a agir.

Na noite de quinta-feira (27), integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), criado para pedir o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, causaram tumulto no colégio Lysimaco Ferreira da Costa, no bairro Água Verde, um dos que deveriam ser desocupados. Eles forçaram a entrada no estabelecimento, que foi reocupado por estudantes nesta sexta-feira. A Polícia Militar retirou os militantes do MBL do local. 

Desde o início da semana, 360 escolas foram liberadas no Paraná. Outras 491 permanecem ocupadas por estudantes que protestam contra a reforma do ensino médio. Em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, das nove escolas que estavam ocupadas, cinco foram liberadas. Quatro ainda têm a presença de alunos, mas três só têm estudantes com mais de 18 anos. O protesto é contra a Medida Provisória 746 do governo federal, que propõe mudanças no ensino médio, e também contra a PEC 241, que estabelece um teto de gastos para o governo federal.

Universidades
Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), 123 universidades estão ocupadas em todo o país. Os estudantes protestam contra a PEC 241 e a reforma no ensino médio. As unidades ocupadas no Paraná são as seguintes: UEM Campus Cianorte; UEPG Campus Ponta Grossa; UFFS Campus Laranjeiras do Sul; UNESPAR Campus Paranaguá; UNESPAR Campus Campo Mourão; UNICENTRO Campus Guarapuava; UNICENTRO Campus Irati; UNIOESTE Campus Marechal Cândido Rondon; UNIOESTE Campus Toledo; UNIOESTE Campus Cascavel; UNIOESTE Campus Foz do Iguaçu; UNICENTRO Campus Coronel Vivida; UEM Goioerê; UTFPR Campus Dois Vizinhos; UTFPR Campus Pato Branco; e UTFPR Campus Francisco Beltrão. 

Abaixo a lista de escolas que devem ser desocupadas em Curitiba:

Colégio Estadual Guilherme A. Maranhão;
Colégio Estadual Amâncio Moro;
Colégio Estadual Avelino Antônio Vieira;
Colégio Estadual Arlindo Amorim de Carvalho;
Colégio Estadual Benedito João Cordeiro;
Colégio Estadual Cecília Meireles;
Colégio Estadual Cruzeiro do Sul;
Colégio Estadual do Paraná;
Colégio Estadual Flávio F da Luz;
Colégio Estadual Guido Arzua;
Colégio Estadual Iara Bergman;
Colégio Estadual Padre Silvestre Kandora;
Colégio Estadual Paulo Leminski;
Colégio Estadual Pinheiro do Paraná;
Colégio Estadual Professor Cleto;
Colégio Estadual Professor Elias Abrahão;
Colégio Estadual Etelvina Cordeiro Ribas;
Colégio Estadual Protásio de Carvalho;
Colégio Estadual Rio Branco;
Colégio Estadual Santa Felicidade;
Colégio Estadual Gemma Galgani;
Colégio Estadual São Braz;
Colégio Estadual Senador Alencar Guimarães;
Colégio Estadual Teobaldo Kletemberg;
Colégio Estadual Tiradentes.