Poucas regiões do mundo reúnem, em um mesmo espaço, tanta história e beleza panorâmica quanto a Costa Amalfitana, na Itália. O tempo cristalizou nas vilas e cidades do caminho sinuoso que acompanha as costas do Mar Tirreno.

Sorrento, a predileta de poetas e artistas do passado, conserva até hoje um incrível fascínio. A Costa é formada por falésias e é sempre um espetáculo extra: dá impressão de que as casas , por qualquer pequeno descuido, vão despencar nas profundezas azuis do Mediterrâneo.

É a passagem por Positano, Praiano, Amalfi, Ravello, Maiori, Vietri Sul Mare, Salerno e Paestum que garante uma experiência única, na sucessão de cores, perfumes e emoções.

Amalfi, no Golfo de Salerno, foi a primeira república marítima italiana e é um grande repositório de artes e tradições religiosas. Atravessando a Baía de Nápoles, chega-se a Capri, uma das mais belas ilhas do mundo, com os famosos jardins de Augustus em Marina Piccola, a famosa Anacapri, Villa Tiberius, a igreja bizantina de San Constanso, as ruínas de Castiglione, o Castelo de Barbarossa e a sempre procurada Gruta Azul.

Deixe passar o inverno europeu e aguarde a próxima primavera no hemisfério Norte, para organizar uma viagem de 9 dias, perfeitos para conhecer de perto os encantos da Costa Amalfitana, incluindo também as atrações de Roma, Nápoles e Pompéia e fazendo um roteiro por Amalfi, Capri e Sorrento.

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A região era domínio dos pescadores, antes de entrar para o Turismo e a globalização. Os homens do mar aprenderam a conviver com os ventos, todos diferentes, que receberam oito nomes específicos. Tramontana (através da montanha) é feroz e sopra do norte. Grecale é um bom vento. Levante é quase igualmente seguro. Mas o sirocco, que chega da África, é invariavelmente um mau vento. Assim como o mezzogiorno. Mas o pior de todos é o libeccio que, quando baixa sobre as águas deixa o mar revolto e perigoso. O ponente é um bom vento, confiável e o maestrale, vindo do nordeste, deixa o mundo mais bonito, com dias ensolarados e clima agradável.

Antigas vilas de pescadores, cidades da Costa Amalfitana se transformaram em destino de ricos e famososA estrada sinuosa, que sobe montanhas e desce ao nível do mar, o caminho costeiro, tudo faz da Costa Amalfitana uma viagem únicaPositano é um dos destaques da Costa Amalfitana

Os ventos funcionam como um relógio: começando às três horas da tarde, o maestrale domina os céus durante nove ou dez dias. De meia noite até as dez da manhã é a vez do levante. De onze horas da manhã até as três da tarde, o vento muda de direção, soprando do poente.

Entre limões sicilianos, uvas cujas parreiras sobem as montanhas, azulejos coloridos e cerâmicas pintadas à mão, licores naturais,boa gastronomia e as maravilhas naturais, surgiu a fama da Costa Amalfitana.

Richard Wagner visitou Ravello em 1880.Quando viu os jardins da Villa Rufolo pendurados centenas de metros acima do Golfo de Salerno, achou ter encontrado os jardins mágicos de Klingsor, de Parsifal. E ordenou aos seu pintor que copiasse a paisagem, para utilizar na produção de Parsifal. Para comemorar a visita do músico famoso, o povo de Ravello organiza todos os verões concertos de orquestras renomadas para tocar nos jardins, abrindo cenários para o mar. Turistas de todas as partes da Europa e das Américas viajam com o objetivo principal de assistir a quatro concertos. Uma plataforma especialmente construída para a ocasião, fica suspensa sobre a vila de Minori, bem abaixo na falésia.

Já Amalfi é serena e sua tranquilidade, seus dias ensolarados, sua solidão, sempre atraíram escritores para a Great Good Place, como classificou a cidade H.G.Wells. Os Sitwells estiveram trabalhando por lá, e antes deles, Henrik Ibsen. O escritor norueguês viveu no Hotel Luna, com vista para o mar, no canto de Amalfi. Originalmente o Hotel Luna foi um monastério, provavelmente fundado por São Francisco de Assis, em 1222. Foi lá que Ibsen escreveu A Casa das Bonecas .

Amalfi fica junto da boca de uma campina chamada Valle dei Molini , onde foi instalado há muito tempo um moinho para o preparo de papel. Mas são os frutos dourados dos limoeiros que ficaram famoso no mundo, originando o Limoncelo.

Atrás de Amalfi a estrada sobe acima do mar, entre curvas e as chamadas ferraduras. Em Minori, baixa novamente ao nível do mar. No outro lado a estrada sobe novamente até o Capo d’Orso, onde a paisagem é feita de pinheiros, lembrando as pinturas antigas italianas. No seu ponto mais alto, desvenda um panorama único sobre Amalfi.

Subindo às alturas e descendo novamente ao nível do mar, os caminhos levam a Vietri Sul Mare, onde acaba a estrada de Amalfi, para iniciar a estrada costeira que vai descendo suavemente até as planícies de Salerno. É um olhar ao Paraíso, antes de tomar a estrada principal que leva a Pompéia, Nápoles e o mundo normalde todos os dias.

Acima de Amalfi é que fica Ravello, sempre a mesma há séculos. Ravello foi sede em tempos medievais de uma família poderosa – os Rufoli – cujas ruínas da cidade por ela construída ainda existem. Foi Rufolo que Boccaccio retratou no seu famoso Decameron. A parte mais antiga das ruínas data do século 13. Os jardins da Villa Rufolo com seus desenhos geométricos e seus vários níveis de terraços, continuam sendo cuidados e fazem a principal atração no verão.

Outro destaque na região é a Villa Cimbrone, construída em 1905 pelo Lord Grimthorpe, sobrinho do designer do Big Ben de Londres. A vila, embora de tempos recentes, seguiu o estilo e usou materiais de outras eras. O lord inglês, que gostaria de ser escritor, acabou dedicando seis anos de sua vida na construção de uma das mais belas vilas da Itália, trabalhando sem planos e sem arquitetos, utilizando pedras de demolições antigas e depois lotando todos os espaços com obras de arte. A Villa Cimbrone fica no alto de Ravello e parece um navio singrando os azuis do céu italiano. Em um dos pontos do promontório, as cinzas de Grimthorpe ficam junto da estátua de Bacchus. Comece a fazer seus planos, que 2017 já está chegando.