RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O corpo do poeta, ensaísta, crítico de arte, tradutor, biógrafo e colunista da Folha de S.Paulo Ferreira Gullar será levado num cortejo público nesta segunda-feira (5) da Biblioteca Nacional à Academia Brasileira de Letras, ambas no centro do Rio.
O trajeto de cerca de 500 metros será percorrido às 9h. O enterro está marcado para as 16h, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio.
O corpo de Gullar será velado na Biblioteca Nacional na noite deste domingo (4) e na ABL na segunda.
“As entrevistas que ele dava foram muito importantes para eu decidir pela música. É incrível depois se tornar amiga de um ídolo, fazer músicas. Nós amigos é que vamos sentir falta dele”, disse a cantora Adriana Calcanhoto, que interpreta a composição “Traduzir-se”, de Gullar.
“Foi um convívio de muita amizade. Sempre de muita admiração da minha parte e de tolerância da parte dele”, disse o jornalista Cícero Sandroni, também membro da ABL.
De acordo com a poeta Cláudia Ahimsa, casada com Gullar, o poeta foi internado no dia 9 de novembro com pneumotórax. Ele contraiu a pneumonia durante a internação, diagnosticada na sexta-feira (2).
Foi medicado com antibiótico, mas pediu para que nenhuma outra intervenção fosse feita.
“Ele disse: ‘Se você me ama, me deixa ir embora'”, disse Ahimsa.
A filha Luciana Ferreira afirmou que, enquanto estava internado, ele pediu para ir à praia de Ipanema.
“Ele foi num momento de muita paz. Foi como um pássaro brincalhão. O apelido dele de infância era periquito. É uma pessoa que vive a sua identidade até o fim. Ele muda suas opiniões para manter sua identidade”, disse Luciana.
Os ministros Roberto Freire (Cultura) e Raul Jungman (Defesa) estiveram no velório.