SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O acordo nuclear do Irã com seis grandes potências deve ser mantido independentemente de mudanças na situação interna das nações participantes, afirmou Wang Yi, ministro de Relações Exteriores da China, um dos países envolvidos no pacto, ao ministro das Relações Exteriores do Irã durante uma reunião em Pequim nesta segunda-feira (5).
O futuro do acordo para reduzir o programa nuclear do Irã foi posto em risco com a eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos. Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu acabar com o pacto, embora os detalhes finais de sua estratégia de política externa, incluindo sua posição sobre o Irã, permaneçam obscuros.
“Manter a implementação contínua, abrangente e eficaz do acordo é responsabilidade e interesse comum de todas as partes e não deve ser afetado por mudanças na situação interna de cada país”, afirmou Wang. Ele não nomeou países específicos em seus comentários, divulgados no site do Ministério de Relações Exteriores da China.
O Irã compartilha a posição da China, afirmou o ministro das Relações Exteriores do Oriente Médio, Mohammad Javad Zarif.
“O JCPOA [acrônimo do nome oficial do pacto] é um acordo multilateral e todas as partes devem respeitá-lo. O Irã e a China têm a mesma posição sobre isso “, disse ele, de acordo com a agência de notícias iraniana Tasnim.
“Nós não vamos deixar qualquer país infringir o acordo unilateralmente”, acrescentou. “Mas se o fizerem, o Irã tem suas próprias opções”.
A tensão entre o Irã e os Estados Unidos com relação ao acordo já havia subido antes das eleições, depois que o Senado dos Estados Unidos votou uma prorrogação de dez anos da Lei de Sanções ao Irã. O país prometeu retaliar.