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AMANDA NOGUEIRA E LÍGIA MESQUITA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Se “The End” é mesmo a última turnê do Black Sabbath, como a banda britânica anunciou, que final esplendoroso. Sem canções de lados B ou de discos recentes, do começo ao fim da apresentação neste domingo (4), em São Paulo, o Sabbath repetiu o setlist matador de “The End” com clássico atrás de clássico.
O show para um estádio do Morumbi lotado (65 mil pessoas) começou pontualmente às 20h30. Enquanto o telão exibia uma cidade sendo destruída por um demônio, Ozzy Osbourne, em uma gravação, soltava uma gargalhada e perguntava: “Estão prontos, porra?”.
E aí, no palco, Ozzy, o guitarrista Tony Ommi e Geezer Butler, acompanhados do baterista Tommy Clufetos e do tecladista e guitarrista Adam Wakeman, abriram a apresentação com “Black Sabbath”, do primeiro álbum do grupo.
O repertório da turnê, que passou anteriormente por Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro, incluiu outros hits como “Fairies Wear Boots”, “War Pigs”, “Into the Void”, “Ironman”, “N.I.B” e “Children of the Grave”. A singular voz de Ozzy só debandou de leve em “Dirty Women”.
Interagindo com o público, pedindo gritos, palmas e “pulos”, entre outras coisas, Ozzy se desculpou algumas vezes pela chuva que caiu durante o show. Bem humorado, entoou “I’m singing in the rain…” (estou cantando na chuva).
Os que esperavam uma ode à Satã precisaram se contentar com telões exibindo bizarrices ou psicodelias sobrepostas à transmissão dos músicos no palco -acabou aí também a produção visual do show, concisa e funcional, que, por capricho da banda, nenhum fotógrafo pôde registrar.
Conhecido por bizarrices como morder um morcego no palco ou desmembrar um tubarão em um quarto de hotel, Ozzy soltou o trivial “Deus abençoe a todos vocês”. Seriam outros tempos?
Enquanto o vocalista tentava manter o público animado, pedindo para cantarem mais alto, Iommi parecia nem se esforçar para levar os fãs ao delírio com seus solos de guitarra. Vale lembrar que recentemente o guitarrista enfrentou o tratamento de um câncer linfático.
O baterista Clufetos deu um show à parte, fazendo um solo de bateria de mais de cinco minutos.
No final, encerrado com “Paranoid”, para delírio dos fãs e das rodinhas de pogo no meio da plateia, Ozzy se ajoelhou duas vezes para agradecer.
Na saída, o público deixou o estádio fazendo coro em homenagem à Chapecoense, cantando: “Olê, Chapê!” e “Somos todos Chape”.