Reino Unido — Começou ontem uma nova fase da batalha legal para decidir se o Brexit deve passar por uma votação no Parlamento britânico para que possa ser iniciado formalmente o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Nos quatro dias de audiência da Suprema Corte britânica, que pela primeira vez reunirá seus 11 juízes, o governo da primeira-ministra Theresa May tentará derrubar a decisão de que o Brexit só poderá ter início oficialmente com a aprovação do Parlamento. O veredito do caso deve se tornar público em janeiro. No mês passado, a Suprema Corte decidiu que o governo sozinho não tem poder suficiente para invocar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, que regula os passos que um país deve dar para deixar a UE. A decisão de que o Reino Unido deixaria o bloco europeu foi tomada em 23 de junho deste ano, por meio de um referendo histórico. Com a vitória do Brexit, o ex-primeiro-ministro David Cameron, grande defensor da permanência do país na UE, renunciou, e Theresa May assumiu o cargo garantindo que iniciaria o processo de saída do bloco assim que possível, já que este é o desejo popular. Segundo Theresa, a invocação do Artigo 50, ou seja, o início da saída do Reino Unido, seria realizada até março do ano que vem.

Renúncia
Itália — O presidente da Itália, Sergio Mattarella, informou que o primeiro-ministro Matteo Renzi aceitou sua proposta de adiar a renúncia ao cargo para depois da aprovação do orçamento no Senado, de acordo com o jornal italiano Corriere Della Sera. A renúncia está congelada, disse Mattarella. Renzi apresentou sua renúncia hoje, após a derrota no referendo de ontem, em que cerca de 60% da população italiana votou pelo não. Com o resultado, a maioria dos italianos indicou que não gostaria de reformas na constituição, que dessem maior poder ao governo para aprovar medidas fiscais.

Pearl Harbor
Japão — O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, visitará Pearl Harbor com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no fim deste mês. Com isso, Abe será o primeiro líder de seu país a ir ao local do ataque japonês que levou os Estados Unidos à Segunda Guerra. O anúncio feito hoje, inesperado, ocorre dois dias antes do aniversário de 75 anos do ataque e seis meses após Obama se tornar o primeiro presidente no cargo dos EUA a visitar o memorial em Hiroshima para as vítimas do ataque atômico contra a cidade no fim da mesma guerra. Abe disse que visitará o Havaí em 26 e 27 de dezembro.

Reformas
Alemanha — A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, prometeu continuar seguindo a agenda de reformas na Europa, apesar dos cidadãos italianos terem recusado as mudanças constitucionais propostas em um referendo, apoiadas pelo governo do país, o que levou o primeiro-ministro, Matteo Renzi, a renunciar ao cargo. Estou triste que o resultado do referendo na Itália não saiu como esperava o primeiro-ministro, porque eu sempre apoiei suas iniciativas de reforma, disse Merkel durante uma conferência de imprensa. Na minha opinião, nós vamos continuar com nosso trabalho na Europa, afirmou.

Candidato
França — O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, anunciou ontem que será candidato à Presidência do país. Por conta disso, ele também confirmou sua renúncia ao cargo de premier. Não posso mais ser primeiro-ministro, amanhã (hoje) deixarei minhas funções, em pleno acordo com o presidente François Hollande, declarou Valls, durante um discurso em Evry, cidade nos arredores de Paris, onde foi prefeito por 11 anos. Com isso, Valls disputará, em janeiro, as primárias do Partido Socialista, que aparece em terceiro nas pesquisas. A candidatura já era ventilada há bastante tempo.