Depois da manifestação que pais, alunos e amigos da Escola de Dança do Teatro Guaíra fizeram na noite de terça-feira, a Secretaria Estadual da Cultura se posicionou sobre as supostas dificuldades que a escola, que neste ano completou 60 anos de existência, estaria passando. De acordo com a secretaria, a instituição não passa por uma grave crise financeira, como acusam os manifestantes, e também já estaria encaminhando a contratação de novos profissionais (professores e dançarinos) para complementar o quadro da escola.
Segundo o secretário da Cultura, João Luiz Fiani, que é ator, dramaturgo e cenógrafo e inclusive já foi aluno da Escola de Dança, a manifestação de terça-feira foi prematura e desprovida de sentido. Ele alega que o único impasse que a Escola de Dança enfrenta no momento é com relação à renovação de seus quadros, uma vez que há muitos profissionais perto de se aposentarem, mas garante que assunto já está sendo encaminhado.
Você acha que uma escola que gasta R$ 200 mil para fazer um espetáculo como ‘A Bela e a Fera’, que levou um público de 22 mil pessoas em onze apresentações, está em dificuldades financeiras? Que um estado com as contas sanadas como o Paraná está em dificuldades financeiras?, questionou o secretário. A única questão são os funcionários de carreira que estão se aposentando, mas o funcionalismo público é um problema nacional, complementa.
Apesar das dificuldades diante do limite de funcionários públicos imposto pelo Tribunal de Contas, Fiani garante que a contratação de novos profissionais já está sendo encaminhada e que em breve novidades deverão ser anunciadas. A previsão é que para o primeiro semestre de 2017 sejam contratados novos dançarinos, ao passo que no 2º semestre seria feita a contratação de novos professores para a instituição.

O Estado criou recentemente um serviço social autonômo, o Palco Paraná, que é quem vai gerir esses cargos. Então pretendemos contratar mais professores e servidores. Por isso que a manifestação foi prematura e desprovida de sentido, critica o secretário. Se quiser valorizar a cultura, faz um abração pelos 60 anos da escola. Até eu vou lá daí. Mas dizer que é problema financeiro. Não, não é problema financeiro, garante.
O secretário, contudo, reconhece o caráter democrático da manifestação e afirma entender a reação preocupada de pais, alunos e professores. Mas, critica ainda a postura da imprensa, que segundo ele teria divulgado uma crise financeira que não existe dentro da instituição, e por fim exalta o trabalho que o governo estadual tem feito na área cultural.
Nós estamos com os olhos abertos, não vamos deixar a escola fechar por falta de professor. Chance zero, jamais, não vamos deixar acabar 60 anos de história. Eu, que comecei minha carreira no Guaíra, não vou cuidar do Guaíra como secretário? É incoerente, afirma. O governador Beto Richa está me dando liberdade total para trabalhar e já cumprimos 100% do plano de governo dele. Então o governo tem um respeito pela cultura, não vai deixar acabar, finaliza.