SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou para chefiar a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) Scott Pruitt, que vê com ceticismo as políticas de combate às mudanças climáticas. Pruitt, 48, ocupa desde 2011 o cargo de procurador-geral de Oklahoma, Estado produtor de petróleo e gás natural.

Na posição, o republicano entrou com diversas ações contra políticas de agências federais que buscavam controlar as empresas responsáveis pelas emissões de carbono. “O povo americano está cansado de ver bilhões de dólares drenados da nossa economia devido a regulações desnecessárias da EPA”, afirmou Pruitt, segundo relatos da equipe de transição de governo de Trump.

“Pretendo gerir essa agência de forma a promover simultaneamente a proteção responsável do ambiente e a liberdade das empresas americanas.” No passado, Pruitt acusou a EPA de promover políticas “ilegais e exageradas” e destacou que a comunidade científica “não tem acordo sobre o grau e a extensão do aquecimento global e sobre sua conexão com as ações da humanidade”.

A notícia da indicação de Pruitt frustrou as expectativas de ativistas climáticos, que viam sinais de que Trump poderia recuar em suas políticas agressivas contra o ambiente. Na segunda-feira (5), o presidente eleito se reuniu com o ex-vice-presidente Al Gore, que ganhou um Nobel da Paz por sua defesa da agenda verde.

Há algumas semanas, Trump disse ao jornal “New York Times” que mantinha “mente aberta” sobre a manutenção dos compromissos assumidos pelos EUA sob o Acordo de Paris. O senador Bernie Sanders, representante da ala à esquerda do Partido Democrata, acusou Pruitt de favorecer a indústria de combustíveis fósseis e disse que a escolha dele para a EPA é “triste e perigosa”.

A escolha de Pruitt para a EPA pode provocar o desmonte do legado do presidente Barack Obama nas políticas de proteção ambiental. Durante sua gestão, o democrata implementou medidas para reduzir a dependência da economia americana do carbono e, em 2015, liderou as negociações globais que produziram o acordo climático de Paris.