NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Em votação apertada, os deputados governistas do Rio conseguiram aprovar nesta quinta (8) o aumento da tarifa e a limitação do uso do bilhete único do transporte intermunicipal no estado.
A medida faz parte do pacote anticrise do governador Luiz Fernando Pezão. O texto aprovado, porém, é mais duro do que o enviado pelo Executivo estadual, o que gerou críticas da oposição.
A tarifa do bilhete único passará de R$ 6,50 para R$ 8 por viagem. O subsídio só poderá ser usado por pessoas que ganham até R$ 3 mil por mês.
“É injustificável essa assembleia ter aprovado uma medida que vai além do que o governo havia proposto”, disse o deputado Carlos Osório (PSDB), ex-secretário estadual de transportes.
A proposta inicial ampliava a tarifa para R$ 7,50 e limitava o subsídio por passageiro a até R$ 150 por mês. Seria votada na quarta (8), mas foi adiada.
“Agora, o morador da minha cidade [Queimados, na região metropolitana] que tiver que vir à capital para trabalhar deixará de pagar R$ 6,50 para pagar R$ 14,30. Isso vai gerar desemprego”, acusou o deputado Zaqueu Teixeira (PDT).
Os deputados rejeitaram outro projeto do pacote que iria a votação nesta quinta, a extinção dos programas sociais Renda Melhor e Renda Melhor Jovem, que gerariam economia de R$ 193,3 milhões por ano.
As votações do pacote foram iniciadas na terça (7), em uma tarde de violentos confrontos entre manifestantes contrários às medidas e a polícia no centro do Rio.
IMPOSTOS
Na sessão desta quinta, os deputados do Rio decidiram adiar a votação de proposta do governo para aumentar impostos sobre gasolina, energia e outros produtos.
A elevação dos impostos é uma das principais medidas do pacote anunciado pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) para enfrentar a crise financeira.
Os deputados pediram novas informações do governo sobre os efeitos da medida. Quando anunciou o pacote, Pezão calculava o ganho em R$ 1,4 bilhão por ano.
Além de gasolina e energia, a proposta prevê novas alíquotas de ICMS para cigarro, bebidas alcoólicas, refrigerantes e telefonia.
A proposta de uso de fundos, incluindo de outros poderes, para o pagamento de salários também foi retirado da pauta para novas negociações.