Ouvir música nunca foi tão acessível ou fácil como nestes tempos modernos. CDs, MP3, smartphones, aplicativos ou sites possibilitam que, à qualquer e qualquer lugar, você escute sua canção favorita. Apesar de tanta tecnologia com os players modernos, muitos ainda fazem questão de ouvir música no bom e velho disco de vinil, o chamado bolachão.

Prova disso é que as feiras de vinil, que antes reuniam basicamente os colecionadores, hoje recebem públicos variados e interessados nos bolachões. Amanhã, por exemplo, acontece a 4ª edição da Feira Vinil Vivo, no Hotel Rochelle (rua Tibagi, 307). Nas primeiras feiras, a média ficou entre 300 e 400 pessoas entre visitantes e expositores.

Está em crescimento (o interesse), e não é só curiosidade. É gente que está no meio há muito tempo e gente jovem que também se transformou em apreciador do vinil, conta Aroldo Antonio Glomb Júnior, assessor da feira e também um colecionador de vinil.

Ele lembra que a Feira Vinil Vivo está apenas na quarta edição, mas outras feiras em Curitiba com maior estrutura, como a Feira do Canal da Música, recebe mais de cinco mil pessoas quando acontece — a próxima edição, a 20ª, será na semana que vem, no dia 17 de dezembro.

E de onde vem o gosto pelos bolachões? É simples, para quem busca algo além de apenas ouvir música, o vinil é um ritual. Não é igual a usar o que se tem de moderno. É a maneira que se manipula o disco, o momento que você dispensa para isso. É ler e apreciar a capa, os encartes, continua Glomb, que nasceu ainda no tempo em que os bolachões dominavam.

Mas esse pensamento se repete mesmo entre jovens que não viram o auge do vinil no século passado. Para quem olha de fora, minha fascinação pelos discos de vinil soa como nostalgia de um tempo que nunca vivi. Mas quem coleciona vinil, entende que ter um álbum fisíco é ter, de fato, a música em mãos, diz o estudante Francisco Mateus, de 20 anos. E não é apenas por se ouvir a música com outra qualidade, mas sim, por toda a cerimônia que existe envolta do disco de vinil, desde o momento em que se coloca o disco no prato, até o ‘namoro’ com a arte da capa, completa.