SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O mercado financeiro projeta que a Selic, a taxa básica de juros da economia, chegará a um dígito e encerrará 2017 em 9,75% ao ano. A estimativa está no boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central feita com instituições financeiras. Na semana passada, as instituições consultadas previam que a Selic terminaria o ano em 10,25% ao ano. Atualmente, a taxa está em 13% ao ano. As informações são da Agência Brasil.
O mercado revisou a previsão para a Selic após o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC reduzir a taxa básica, na última quarta-feira (11), mais que o esperado, em sua primeira reunião em 2017. Em lugar da queda de 0,5 ponto percentual projetada, o Copom cortou 0,75 ponto percentual.
A decisão de reduzir a taxa básica de juros ocorreu depois que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) encerrou 2016 em 6,29%. O patamar está abaixo do teto da meta fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 4,5% com dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.
CENTRO DA META
O boletim Focus desta segunda-feira estima que a inflação pelo IPCA cairá mais, encerrando 2017 em 4,8%. Na semana passada, as instituições financeiras previam 4,81%. O mercado financeiro mantém a previsão de que a inflação chegara ao centro da meta em 2018, ficando em 4,5%.
A projeção de instituições financeiras para o crescimento do PIB este ano permanece em 0,5%.